O CONTO DO HOMEM E A HISTÓRIA DO UNICÓRNIO
Era uma vez um homem que contava histórias de unicórnios/ Um dia, num desses contos, o homem dizia cavalgar como um, sobre uma areia branca e atravessar um arco-íris, como quem cruza uma simples porta/ Corria léguas sem fim ou sinal de cansaço/ Enfim avistou um poço d'água e percebeu que estava com sede/ Debruçou-se a fim de alcançar o líquido, cristalino como diamante e tão límpido que não conseguia dimensionar a sua profundidade/ Esticou os braços e as mãos em toda a sua extensão, sem sucesso/ Olhou para os lados, mas ao seu redor só havia a brancura da areia que o rodeava e já parecia se mover/ Resolveu então arriscar-se/ Escalava as paredes do poço pedra por pedra, e quão mais fundo adentrava, mas longe lhe parecia o horizonte da água/ Com os lábios cada vez mais ressequidos, não haveria combustível para volver/ Prosseguiu então naquele poço em busca das águas puras que se prometeu/ Muitas léguas mais ele percorria até que o poço desapareceu/ De repente o homem se via, mas não era em espelho d'água/ Sedento e sem poço, pensou em desistir e deixar-se sucumbir pela areia branca e movediça/ De repente, sentiu seu peito disparar e lembrou-se do unicórnio que havia cavalgado léguas sem sede/ Imediatamente ergueu-se e avistou o rio.