OS CAMINHOS DOS SENTIMENTOS
Talvez esteja eu sonhando, mas como possível se me encontro em vigília.
Uma certa noite senti-me como um pedaço de algodão a bailar com a música tocada pelo vendo e composta pela Natureza.
Caminhava eu por alamedas estranhas no presente, mas que guardavam uma nesga conhecida, então a certa altura parei e pensei o que estava eu lá fazendo. Meu corpo deslizada pelas alamedas de forma estranha, quem sabe mais leve. No entanto, se meu corpo sentia tal desfrute, os uivos ao longe me causam arrepios, mas o medo não me assustava de todo, de reminiscências talvez de algo familiar. A certo ponto comecei a sentir medo, e foi que algo diferente notei. Nessa fuga corri sem pensar para um lugar que achei seguro, e para meu espanto, após parada brusca, vi que meu corpo jazia numa cama desfalecido. Pensei, como entrar, então pensei em enfiar-me por algum orifício, mas em vão, como uma barreira me repulsava. Sentei, como aquele que senta-se a beira do caminho, leva as mãos ao rosto dando por encerrada a peleja. Digo, e não sei de onde surgiu alguém encoberto num manto brilhante, sabe desses de santo, e me apontava uma direção. Mas eu sem entender, pedi e até implorei, para que me mostrasse o caminho, até que a sua doce e imperativa voz disse-me que elevasse seu pensamento, pois essa era, é, e sempre será a melhor chave para abertura dos infinitos portais da vida. Depois de muito tentar, num gesto de desespero, fixei minha mente na entidade de minha devoção, e para minha surpresa um caminho de luz se abriu, no corpo o coração brilhou com mais intensidade que a maior estrela, e seus raios brancos como a neve tomou conta de meu ser inerte mas com respiração alterada, então entendi que a nossa verdadeira casa é o nosso corpo e ali me instalei novamente dando graças ao retorno, mas a partir daquele momento iniciei o cultivo da arte do entendimento de tal emancipação junto a entidade de minha devoção, e hoje visito lugares maravilhosos através de infinitos portais.