Algo estranho.
Estava descansando nos fundos de casa, de repente desliguei meu pensamento, como se o tempo tivesse parado a minha volta, e sob imagens secundárias me ví diante de um enorme edifício.
O prédio devia ter uns trinta metros de altura, era suspenso por quatro pilastras enormes, formando o maior vão livre do mundo. A sacada do prédio possuía desenhos ornamentais, dando uma forma estranha para um prédio.
Toda a sacada, assim como as pilastras eram feitos do mesmo tipo de material, como se fossem esculturas muito bem trabalhadas, o mais estranho, era que toda a estrutura do prédio era de madeira, e passei a admirá-lo como uma obra magnífica diante dos meus olhos.
Quando estava contemplando-o, notei que também estava sendo observado, de repente, ví um monstro enorme a minha frente, devia ter uns quatro metros de altura, seu corpo era redondo que mais parecia uma enorme bola de carne, seu rosto era achatado, e parecia feito de plástico, pois reluzia a luz solar, ficou a minha frente sem dizer uma palavra, ou manifestar qualquér ruído, e em completo silêncio ficamos os dois, ele me observando, e eu indignado com tal existência.
De repente, ele avançou a minha frente como se fosse cair em cima de mim, então passei a sentir a sensação de estar embaixo de um grande desmoronamento, e num gesto reflexível de medo, afastei-me.
O susto foi tão grande que voltei ao normal, e notei que estava sentado no chão, em frente a uma velha cadeira de madeira, e o monstro que me perseguia, não deixava de ser.
Simplesmente o dedão do meu pé.
- Nossa, que loucura!
- Tá vendo como é que se escreve?
- Realmente você é bem maluco.
- Essa é a nossa diferença, enquanto você sonha, eu vivo esse sonho.
Obs: Este conto é parte integrante do meu livro, "histórias de um poeta maluco".