A la Esopo II
O homem, a águia, o bode, e o pássaro
Um construtor concluíra a obra do seu projeto Morada do sol. Uma vila de quatro aptos. de dois quartos. D. Águia, a sua sócia, surripiara-lhe a escritura de um dos imóveis na hora da partilha dos lucros da venda. Então, nisso, eu havia me transformado num bode expiatório da história. Tudo porque caíra na lábia da D. Águia, quando comprara um dos aptos. Fora assim que entrara naquele inferno, naquela trama macabra. Fora desesperador! Eu que até aí, não tinha nada com as maracutaias daqueles topetudos. Caíra direitinho em suas armadilhas. Enfiara-me num beco sem saída. Tudo que me vinha do tal homem após isso, cheirava a conspiração para tirar-me do sério e azucrinar- me. Entrei, literalmente, na sua arapuca. Havia gente pra me vigiar dia, noite e madrugada. Filmavam-me como num grande BBB. Talvez um dossiê o bicho estivera preparando pra me detonar. Eu não tinha saída mesmo. A não ser esperar um milagre. Fora, aí, que um passarinho veio ao meu ouvido e me contara a verdadeira identidade do talzinho. Ele fazia parte de uma rede internacional de tráfico de travestis brasileiros. Inclusive, a mídia local já havia alardeado. Era procurado pela Interpol. Assim, acabara o meu sufoco. Entrara de gaiato no navio. De imediato, fora vascular, na web, todo o currículo dele. Daí, fora constado que o periquito estava mais do que bem informado. Eu não precisaria me preocupar mais com nada. Acionaria a Federal. Resolvido o problema. Enfim, pensei num conhecido provérbio "Depois da tempestade sempre vem a bonança."