O Lobo Cego e a Lua
Lá fora cai uma chuva fina
Como a lágrima de uma mãe
Que desliza lentamente delineando seu rosto
Em uma noite fria e escura, onde
Nem mesmo a lua da sua graça,
E até as estrelas se escondem
De modo a temerem algo
Na escuridão, ela clama por seu filho
Porém só desconhecidos respondem
Com uivos que provocam arrepios
Tudo parece perder o sentido
Restando apenas,
O gosto negro da profunda angústia
Que da o sabor à verdadeira noite sem fim
Você nasceu para correr
Então vá de encontro ao escuro
Não o tema, pois ele é parte de você
E, a noite é o recanto de sua mãe
Quando a luz prateada banhar novamente a terra
A fúria renascerá em você
Quando tudo parecer perdido
Liberte sua fera, deixe os instintos te guiarem
Que pensamentos cavalguem selvagens
Deixando a fúria do lobo tomar seu lugar
Sua essência se tornará realmente feroz (selvagem)...
Oh, mãe, também não posso te ver
Nem mesmo aos meus irmãos (estrelas)
Que compartilham os céus com você
Derrame sua luz e ilumine os meus passos
Lua, eu preciso de você, de sua benção
De olhos cegos a fera correu sem destino
Até que em um momento parou na escuridão eterna
Bebendo água fresca em um pequeno feixe de vida
E, nesta hora percebeu que sua mãe estava ali
Não podia vê-la, não com seus olhos, mas a sentia em seu coração
Assim, passei a perceber e entender o mundo com olhos cegos
Ela (a Lua) nunca irá abandoná-los
E sempre estará lá olhando e guiando seus filhos...