O VELHO PENSADOR E O MENINO

O VELHO PENSADOR E O MENINO

Certa vez caminhavam por uma estrada pedregosa um velho pensador, metido a filósofo e um menino que perguntava demais.

O menino, olhando para os cabelos brancos do velho, perguntou.. Meu querido senhor, tu deves saber muito sobre a vida, não? Sei meu filho,

sei muito querida criança, mas pouco cresci. Como assim? perguntou o menino. Filho, tu precisas pensar para entender e eu entendo, mas

preciso fazer muitas forças com a mente para pensar. Já derramei muitas lágrimas filho, já passei muitas vicissitudes nesta vida de pensador e até hoje não consegui entender o ser humano. Penso que cresci, envelheci e tu ainda continuas dentro de mim. Como? Eu estou aqui e o senhor aí, como posso estar dentro de ti, senhor? É filho, é muito difícil de entender. É o pensar e o agir. Eu penso com a experiência destes cabelos, mas ajo com o pensar da tua idade. Não cresci. Corro, como tu, atrás das borboletas multicores, corro atrás da bondade e ela já está dentro de mim. Tu tens a felicidade dentro de ti, enquanto eu a busco dentro de mim. mas se tu estás dentro de mim, querida criança, então por que buscar esta felicidade? Simples, não sei se vais entender. EU NÃO CRESCI. Penso como eu, mas tenho a tua inocência. Os outros seres humanos não entendem também. Quando quero fazer a bondade para um, ele entende que estou querendo o seu mal ou estou interessado em algo dele.

Oh, querida criança, como sofro. Ainda ontem sofri tanto que meu cansado coração transformou-se em lágrimas. Lágrimas frementes. Lágrimas que pareciam sangue saindo do meu ser. Quanto mais chorava, mais elas brotavam. Minha alma levou uma bofetada tão poderosa, tão poderosa que até ela chorou. Parece um conto de menino, linda criança, mas não é. E sabes o porquê. Porque quis ser bondoso. Tu saíste dentro do meu peito e querias prestar uma homenagem. Não foi aceita. E eu, linda criança, com todos estes cabelos brancos que já me deram tanta experiência sei que não aceitaram porque me julgaram mal, porque te julgaram mal. MAS O QUE TE CONTO, BELO MENINO, É INERENTE AO SER HUMANO. PERDOA, para que a tua essência fique mais leve.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 20/01/2013
Reeditado em 21/01/2013
Código do texto: T4094507
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