A Paixão & Ascensão de FU.
(Obs.: "Fu", é uma redução de "Fumiga", a forma como geralmente crianças de pouca idade falam a palavra formiga.)
Seguindo uma após a outra numa trilha infindável, iam todas laboriosas formigas do formigueiro ao pé de rosas, do pé de rosas ao formigueiro, sem parar...
Corta daqui, carrega dali, mas uma formiguinha no final da fila para, senta no chão seu popôzinho preto e se põe a chorar.
_Que novidades são essas, "Fu"? Levanta logo desse chão e volta ao trabalho! Há muita coisa a fazer!...
A formiguinha então diz:
_Sou filhotinho,... Não vê?!!! Será que preciso mostrar o meu bilauzinho? Na lei dos homens criança não pode ser explorada com trabalhos forçados.
_Não me venha com invenções de cigarra "Fu", nós não vivemos uma fábula... Isso aqui é vida real. Temos que armazenar alimento para o inverno... Anda! Anda!
_Inverno! Ainda está tão longe! E eu estou tão cansado!!!
_ Mas para poder descansar no inverno, temos que trabalhar agora! Vamos, seu preguiçoso!
"Fu" então levantou-se do chão, com os olhinhos infantis de formiguinha cheios de lágrimas, pegou o pedaço de folha que tinha aproximadamente 50 vezes o seu peso e saiu cambaleando em direção ao formigueiro. Foi e voltou tantas vezes que ainda o sol mal chegara ao castigado pé de rosas, "Fu" desmaiou caindo de seu caule devido ao esforço demasiado, quase morrendo com o impacto no chão!
"Fu" teve febre, delirou, sonhou que estava no paraíso e lá era cheio de coisinhas doces e deliciosas... Sonhou em seu delírio com os pais que perdera numa chuva inesperada, "Fu" sonhava em criar asas...
Enquanto delirava em sua febre, as outras formigas que o socorriam questionavam com o chefe:
_Até quando vamos viver assim? Esse filhote não era para estar na escola, aprendendo os princípios de nossa sociedade? Desde quando saímos de uma relação socialista para uma de total capitalismo, de formiga sendo o lobo da formiga?
_Não bastam as chuvas repentinas?_ Fala uma formiga revoltada daqui.
_Não bastam as secas prolongadas que eliminam nosso alimento? _Continua outra de lá.
_É verdade... Não bastam os pesticidas, os inseticidas dos humanos? Temos nós mesmos que torturar nossos filhotes? _Dizia outra formiga.
_Por que temos que aceitar isso, se nem os humanos, que são imperfeitos e cruéis não aceitam, e fazem leis contra? Conjecturam entre si, e no formigueiro inicia-se uma revolução...
Foi tanta a confusão que no resto do dia, as formigas trabalhadeiras fizeram greve, independente do chefe as ameaçar, eram muitas e ele apenas um.
A revolução foi tamanha que já não dava àquele chefe o poder absoluto, sua palavra não era mais a única lei, as formigas operárias criaram cooperativas, organizaram o SINFORT (Sindicato das Formigas Trabalhadoras). Criaram creches, escolas, leis que regularizavam os direitos e deveres das formigas trabalhadoras...
Tudo isso no período da primavera ao inverno. E enfim, o inverno chegou, o formigueiro tinha ordem, mas não tinha alimentos.
"Fu" cresceu e não tendo porque permanecer ali onde tanto sofreu, partiu para tentar um futuro diferente. Encontrou uma cigarrinha cantora por quem se apaixonou perdidamente, e hoje vivem felizes fazendo shows em casas noturnas...
Fim!!!
Irene Cristina Dos Santos Costa - Nina Costa, 17/10/2012
(Obs.: "Fu", é uma redução de "Fumiga", a forma como geralmente crianças de pouca idade falam a palavra formiga.)
Seguindo uma após a outra numa trilha infindável, iam todas laboriosas formigas do formigueiro ao pé de rosas, do pé de rosas ao formigueiro, sem parar...
Corta daqui, carrega dali, mas uma formiguinha no final da fila para, senta no chão seu popôzinho preto e se põe a chorar.
_Que novidades são essas, "Fu"? Levanta logo desse chão e volta ao trabalho! Há muita coisa a fazer!...
A formiguinha então diz:
_Sou filhotinho,... Não vê?!!! Será que preciso mostrar o meu bilauzinho? Na lei dos homens criança não pode ser explorada com trabalhos forçados.
_Não me venha com invenções de cigarra "Fu", nós não vivemos uma fábula... Isso aqui é vida real. Temos que armazenar alimento para o inverno... Anda! Anda!
_Inverno! Ainda está tão longe! E eu estou tão cansado!!!
_ Mas para poder descansar no inverno, temos que trabalhar agora! Vamos, seu preguiçoso!
"Fu" então levantou-se do chão, com os olhinhos infantis de formiguinha cheios de lágrimas, pegou o pedaço de folha que tinha aproximadamente 50 vezes o seu peso e saiu cambaleando em direção ao formigueiro. Foi e voltou tantas vezes que ainda o sol mal chegara ao castigado pé de rosas, "Fu" desmaiou caindo de seu caule devido ao esforço demasiado, quase morrendo com o impacto no chão!
"Fu" teve febre, delirou, sonhou que estava no paraíso e lá era cheio de coisinhas doces e deliciosas... Sonhou em seu delírio com os pais que perdera numa chuva inesperada, "Fu" sonhava em criar asas...
Enquanto delirava em sua febre, as outras formigas que o socorriam questionavam com o chefe:
_Até quando vamos viver assim? Esse filhote não era para estar na escola, aprendendo os princípios de nossa sociedade? Desde quando saímos de uma relação socialista para uma de total capitalismo, de formiga sendo o lobo da formiga?
_Não bastam as chuvas repentinas?_ Fala uma formiga revoltada daqui.
_Não bastam as secas prolongadas que eliminam nosso alimento? _Continua outra de lá.
_É verdade... Não bastam os pesticidas, os inseticidas dos humanos? Temos nós mesmos que torturar nossos filhotes? _Dizia outra formiga.
_Por que temos que aceitar isso, se nem os humanos, que são imperfeitos e cruéis não aceitam, e fazem leis contra? Conjecturam entre si, e no formigueiro inicia-se uma revolução...
Foi tanta a confusão que no resto do dia, as formigas trabalhadeiras fizeram greve, independente do chefe as ameaçar, eram muitas e ele apenas um.
A revolução foi tamanha que já não dava àquele chefe o poder absoluto, sua palavra não era mais a única lei, as formigas operárias criaram cooperativas, organizaram o SINFORT (Sindicato das Formigas Trabalhadoras). Criaram creches, escolas, leis que regularizavam os direitos e deveres das formigas trabalhadoras...
Tudo isso no período da primavera ao inverno. E enfim, o inverno chegou, o formigueiro tinha ordem, mas não tinha alimentos.
"Fu" cresceu e não tendo porque permanecer ali onde tanto sofreu, partiu para tentar um futuro diferente. Encontrou uma cigarrinha cantora por quem se apaixonou perdidamente, e hoje vivem felizes fazendo shows em casas noturnas...
Fim!!!
Irene Cristina Dos Santos Costa - Nina Costa, 17/10/2012