HOMO SAPIENS

O sábio não sabia sobreviver com os sustos da sua própria sombra.

Sem saber o que seria sensato, supôs para sua própria sapiência o que não seria seguro para sua ignorância.

O sábio supôs ser o que seus súditos sempre o suspeitaram ser.

Sou e serei sempre assim

Induziu-se a ser seguro de si, e no seu sexto dia de sofrimento, sem que os senhores e senhoras do reino soubessem de sua tormenta, se sentiu sucumbido por sua surta sensação de ser sempre certo.

Seria sorte do sábio sub-julgar sua serena sapiência?

Sem saber reconhecer o sentido óbvio da sensata humildade, o sábio se virou contra o mais belo do belo. Receber gerir e criar.

Nada seria mais autentico

Evitaria muito do seu tormento

O moço então desceu de seu mundo sórdido

Sem ser o que supunham ser

Negou a si mesmo quando recusou o saber

Aquilo que não é de um só.

Aquilo que se é construído por todos.

Ou aquilo que cabe sempre mais um sem fechar a porta da vida

Pobre moço!

Fechou-se em seu mundo sem que ninguém o fedesse resgatar

O que seria tão fácil.

Só aceitar!

Nada de desculpas!

Parecia tão certo de si.

Seu maior erro.

Como poderia ser possível?

Ele era um sábio!

Talvez até negar a sua própria condição de ser frágil e limitado

Acreditar e negar, ter e abrir mão, sonhar e não alcançar.

Saber quando desistir

Acreditar em si sem abrir mão de ti

Acho que é assim.

Pois um dos maiores sábios que já vi

Quando escutou os maiores sábios q eu ele conhecia

Chegou a maior conclusão que um mero mortal pode formular

Só sei que nada sei.

A maior sabedoria de um homem

Não está em dividir o que conquistou

E sim em compartilhar.

Ferdinando Tropick
Enviado por Ferdinando Tropick em 09/10/2012
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