HOMO SAPIENS
O sábio não sabia sobreviver com os sustos da sua própria sombra.
Sem saber o que seria sensato, supôs para sua própria sapiência o que não seria seguro para sua ignorância.
O sábio supôs ser o que seus súditos sempre o suspeitaram ser.
Sou e serei sempre assim
Induziu-se a ser seguro de si, e no seu sexto dia de sofrimento, sem que os senhores e senhoras do reino soubessem de sua tormenta, se sentiu sucumbido por sua surta sensação de ser sempre certo.
Seria sorte do sábio sub-julgar sua serena sapiência?
Sem saber reconhecer o sentido óbvio da sensata humildade, o sábio se virou contra o mais belo do belo. Receber gerir e criar.
Nada seria mais autentico
Evitaria muito do seu tormento
O moço então desceu de seu mundo sórdido
Sem ser o que supunham ser
Negou a si mesmo quando recusou o saber
Aquilo que não é de um só.
Aquilo que se é construído por todos.
Ou aquilo que cabe sempre mais um sem fechar a porta da vida
Pobre moço!
Fechou-se em seu mundo sem que ninguém o fedesse resgatar
O que seria tão fácil.
Só aceitar!
Nada de desculpas!
Parecia tão certo de si.
Seu maior erro.
Como poderia ser possível?
Ele era um sábio!
Talvez até negar a sua própria condição de ser frágil e limitado
Acreditar e negar, ter e abrir mão, sonhar e não alcançar.
Saber quando desistir
Acreditar em si sem abrir mão de ti
Acho que é assim.
Pois um dos maiores sábios que já vi
Quando escutou os maiores sábios q eu ele conhecia
Chegou a maior conclusão que um mero mortal pode formular
Só sei que nada sei.
A maior sabedoria de um homem
Não está em dividir o que conquistou
E sim em compartilhar.