O ANDARÍLHO
Nas margens de uma estrada num resturante amarelo
Chegou um senhor, um tal desses pé de chinelo
Adentrou e foi pedir uma informação
E estava sentado numa cadeira ao lado
Levantou-se um senhor muito mal educado
Dirigiu a palavra e sendo totalmente sem educação.
Por ver aquele coitado de jeito maltrapilho
De pé de chinelo e por ser um andarílho
Em meu restaurante não entra ninguém desse jeito
Estúpido e muito esbravejante naquela hora
Empurrou o infeliz de porta afora
Que me revoltou com sua falta de respeito.
O pobre homem caiu naquele momento
Lentamente sentou-se com ferimento
Não chorou, mas seus olhos ficaram lagrimados
Quando ví sangue dos ferimentos correr
Tratei logo daqueles ferimentos proteger
Muito triste por ele ser ignorado.
Aquele pobre homem a maldade não retrucou
E depois de tudo a sua história me contou
Com muita calma sabia o que fazia
Ele saiu para procurar um filho que devia ser seu herdeiro
Por isso queria descobrir o seu real paradeiro
Que estava longe de sua casa e de sua familia.
Olha só como a coisa toda muda
Entrou naquele restaurante para pedir ajuda
Para encontrar e confirmar o que lhe disseram
Infelizmente eu fui recebido daquele jeito
Por um homem com falta de respeito
E com suas palavras muito me maltrataram.
Contaram que ele é um homem muito agitado
Esse dito cujo por quem fui maltratado
Que conseguiu ter bens de forma muito irregular
Se estou assim maltrapilho e imundo
É de muitos anos que ando pelo mundo
Querendo esse filho encontrar.
Ele saiu de casa a força e de mim foi tirado
Por capangas armados ele foi levado
Até hoje eu nunca me conformei
Exatamente já faz onze anos que deixei mulher e filho
Saí por esse mundo como um andarílho
E por nenhuma dessas baixarias eu passei.
Me informaram que o dono daquele estabelecimento
Podia melhor me dar um exclarecimento
Assim fiz e pra lá esse andarílho se vai
Pelo que me adiantaram do que podia ser
Já fui até preparado para tudo lhe dizer
Porque acredito muito que eu possa ser seu pai.