A ÁRVORE DA VIDA
Juca morava em uma das casas de uma de uma colônia em uma grande fazenda.
Na casa moravam ele, os pais, três irmãos mais velhos e um casal de irmãos
menores.
Tinha oito anos, ajudava a mãe varrendo o quintal e alimentando os porcos,
e as galinhas e cuidava dos irmãos caçulas. Isso quando podia, pois estudava na escola da fazenda,onde era aluno aplicado e assíduo.
O pai e os irmãos trabalhavam trabalhavam na lavoura, a mãe na lida da casa.
Juca era diferente de todos seus irmãos pois gostava de dar longos passeios
pelos campos, brincar no riacho, quase sempre sozinho.
Sozinho realmente ele não ficava, pois em frente a sua casa havia um pasto,
imenso e bem na colina uma frondosa árvore não muito alta mas com uma bela copa.
Justamente sob ela ele passava a maior parte do seu tempo livre deitado
na sua sombra; Juca admirava a paisagem que era linda, pois dela se descortinava, todo o vale e o por do sol.
Ele ficava horas admirando as formas curiosas que as nuvens brancas,
formavam no céu; carneirinhos, anjos, flores e várias formas que vinham mais de sua imaginação.
Como a sua árvore não era tão alta, ele conseguia subir, e assim em um galho
forte ele fez um balanço com duas cordas e uma tabuinha, para ele e os irmãozinhos brincarem de vez em quando se a mãe deixasse.
Juca tinha um canivetinho de estimação que ganhara do padrinho, e com ele, ia
escrevendo devagar pois ainda estava aprendendo, sentado em um galho ele escrevia
no tronco.
Sua vida continuou tranquila, rotineira mas feliz, até que um dia vindo da escola,viu de longe, um movimento em volta de sua árvore.
Saiu correndo desesperado que quase rasgou a roupa ao passar pela cerca.
Quando chegou perto sua árvore já estava no chão depois de muitas
machadadas.
Chorando perguntou aos algozes (segundo ele) porque mataram sua amiga.
Disseram que foi ordem do patrão, que a filha ia se casar e queria construir sua casa justo naquele lugar.
Juca saiu cabisbaicho, chorando sem entender porque logo ali, se o pasto era tão grande.
Chegou em casa e foi direto, chorando contar para a mãe que nada podia fazer.
Ele nem tomou banho, se atirou na cama chorando sem parar, não quis comer
E no dia seguinte não se levantou nem foi a escola, pois estava muito febril.
Sua mãe fez de tudo ao seu alcance e nada adiantou.
O pai pediu ao vizinho que tinha um jipe, para que os levassem ao médico na cidade.
Não foi constatado nenhum motivo para a febre,depois de passar pela farmacia
e levar os remédios recomendados voltaram para casa.
Não adiantaram os remédios,a febre não baixava e o menino piorava,isto durou
três dias, no quarto dia Juca não acordou mais.
Desnecessário dizer aqui o desespero da família inconformada de ver uma criança,saudavel, cheia de vida ir embora tão cedo.
Passados alguns dias um dos irmãos foi de carroça pegar a madeira da arvore
cortada,para usar no fogão de lenha.
Foi quando êle se deparou com algo escrito muito mal em um pedaço de tronco
VOCÊ É A MINHA VIDA
JUCA