Os Maias parte II ( O final)
O Final
No inicio dessa segunda fase Maria Monforte
Continua a fugir de seu destino fugindo da insanidade...
Foge com Tancredo para Itália para mudar sua sorte,
Mas num duelo com um rival ele perde provocando sua morte,
Maria para não enlouquecer e poder se manter
Aparece em um apartamento em Paris,
Com a imagem prestada à perversidade de meretriz...
Cedendo seu corpo a quem dinheiro + obter;
Sozinha, degradada e consumida pelo sofrimento,
Recorda-se do infeliz dia que só lhe trás arrependimento.
Em Lisboa sobravam-se experiências amorosas,
Cheias de surpresas e amizades honrosas,
Com sátiras, romance, tragédias e experiências harmoniosas,
A alta roda da sociedade lisboeta se corrompia,
Na época destacava - se o desejo pela infidelidade;
Mulheres da nobreza comprometidas em matrimônio,
Corrompiam-se, insaciadas e já infelizes em sua mocidade,
Relacionavam-se com jovens varões da sociedade.
Muitas reuniões com a aristocracia acontecia,
Nestes eventos imperava-se a boemia,
Muitos artistas, poetas, paixões e orgia...
A sátira, críticas e a tristeza estavam em alta na poesia;
Comum nos poemas de poetas portugueses
Nem tudo era imaginário ou fantasia...
A tristeza, a infidelidade prevalecia.
Carlos Eduardo cercado de mulheres belas
A Condessa de Gouvarinho era uma delas
Chique Senhora da corte buscava a distração.
E não mediu esforços na sua atração;
Existiu uma bela espanhola era meretriz de profissão
Ecarnacion era chamada cor morena era pura perdição
Atrai atenções de todos até para Carlos deu alegria...
Encantou-se com seus dotes e sua sabedoria.
Num bom romance clássico português
Existem a religião e a oposição...
As paixões e suas desilusões...
Destaca-se um personagem satírico...
Afilhado de Titi o famoso Teodorico,
Poeta romântico intenso em sua ações,
Personagem forte como um eu lírico...
Era considerado por sua madrinha um santo,
Mas na verdade era uma espanhola...
A chave para seu encanto,
Nos pensamentos de sua tia Patrocínio:
Devia ser consagrado meu protegido este senhorio...
Pois Teodorico é o maior beato do mundo desde o início
Nunca o presenciei de desfrute como um bicho no cio
Olha ó senhor o coitadinho não conhece nenhum vício
Ele é incapaz de se deitar com estas mulheres pecadoras
No entanto conheceu uma: Encarcion Pecadore...
Segundo Titi ela dizia: Se ele se mantiver assim...
Puro e casto como o conheceram deixaria este mundo sagrado,
Herdaria o reino de Deus com sua vida pura na castidade,
Santo nunca foi e percebeu isto em Coimbra na faculdade,
Conhecido como "O Raposão das Espanholas" naquela cidade...
Levava vida dupla e com objetivo de herdar riqueza...
Da sua tia da qual manobrava suas tramóias com proeza.
Os hábitos e costumes irregulares
Trazia insatisfação com discórdia em alguns lares
A infidelidade era clara àquela sociedade,
Onde imperava o poder mesclado com o luxo e vaidade...
Nos padrões da época nem santo conseguia a santidade,
Tornava-se padre ou freira sem pensar na mocidade,
Ou era condenado pela igreja e padrões sem piedade.
Para o prazer carnal não tinha classe social nem idade,
Tabernas cheias de homens famintos por noites prazerosas;
Mesmo com ideais estrangeiros Liberalistas...
E traços explorados em Lisboa de culturas modernistas...
O tempo se vai e Carlos Eduardo sente saudade,
Nostalgia de saber + de seus pais era sua vontade,
Conquista seu valor como médico na sociedade,
Mas em seus pensamentos sentiu um frenesi...
Quando diz: O que é um homem sem amor na mocidade?
Depois de uma longa viagem pela Europa;
Após ter conhecido mulheres formosas,
Personagens de uma sociedade honrosa,
Um terrível espírito racional o invade em oposição...
Neste momento com inúmeras experiências amorosas,
As mesmas aconteciam apenas por emoção...
Nas noites em que se deleitou não veio-lhe a razão...
Somente sentimentos carnais, e experiências venturosas.
Em meio a dizeres de seu avô e desastrosos sentimentos
De seu pai que um dia se enfraqueceu,
Louco ficou de amor por sua mãe e enlouqueceu...
Mas nada mais pensou, apesar de ótimos lugares q conheceu...
Como Paris com uma visão moderna da cultura universal,
Bons teatros, luxo, bons musicais, nada anormais,
Mas um desejo o despertou q passou-lhe a ser vital,
Neste passeio em Paris avistou uma senhora fenomenal.
Traços perfeitos difíceis até de se compor
O autor trás tantos adjetivos ao seu favor;
Mas seu passado obscuro lhe trouxe terrível dor...
Seus traços psicológicos são bem descritos pelo autor;
Pois seu interior discreto nunca é criticado,
Seu passado é misterioso e quase desconhecido...
Sua beleza exótica européia o prende num encanto
O que contribui e envolve ainda mais Carlos Eduardo.
Sua postura muito bem delineada
Físico superior ao das mulheres lisboetas
Era descrita como a deusa transviada,
Ser que destaca-se como superior...
Passo soberano de deusa, delicada e perfeita como flor;
Beleza vinda de uma civilização superior;
Única com detalhes nobres e estilo sedutor;
Que torna a beleza das mulheres daqui inferior.
Encarna a heroína romântica perseguida;
Com a descoberta de Carlos, surge a alegria em sua vida...
Seus belos cabelos de dois tons, castanho-claro e escuro,
Ondulavam sobre sua testa bem feita, sensual e delicada,
Deixando resplandecer um pouco de seu colo exposto...
Com sua simples maneira de vestir, a torna elegante e sublime,
Mas, seu olhar melancólico e trajes escuros a reprime;
Tinha a esperança que em Lisboa mudaria sua história,
Com outra razão de vida, apagaria o passado de sua memória;
Unida com um senhor de boa influência comercial,
Presenciou-a com sua beleza envolvente quase intocável.
Num dia em que seu nobre amigo apareceu em boa hora,
No Hotel Central num jantar organizado por seu amigo Ega,
Poeta anarquista, anti-romântico e linha moderna como agora,
No jantar Carlos observava, e um sentimento novo surgiu por hora...
Surgiu-lhe a paixão, pois já era de sua vontade,
Percebeu que naquele momento não era apenas vaidade.
Já que não tinha mesmo tendência à santidade,
Percebeu que força não era sua melhor qualidade.
Carlos Eduardo pensa: Quem será a misteriosa senhora?
Mas como é admirável a beleza desta nobre duquesa
Esta mulher fina e de olhar triste na realeza,
Era Maria Eduarda vestida com seu traje de nobreza;
Seu casaco era de veludo branco e brilhava como genova;
Caminhou delicada ostentando glamour como uma deusa.
E como chamou atenção com seu olhar brilhante?
Que mais parecia como um verniz fascinante,
Seus cabelos louros exalava um aroma agradável marcante...
Carlos Eduardo só observa com seus olhos negros enfeitiçava-se;
Maria Eduarda presa em seu encanto por ele admirava-se;
Recém-chegada a Lisboa, pelo jovem médico envolve-se;
O adultério e o desejo de ambos tornavam-se vital,
Mas o envolvimento de sangue seria fatal.
O marido Castro Gomes, que nunca a conquistou,
Agora com estas mudanças de humor de Maria + se apartou
Com o florescer deste novo romance ela se afastou,
Mas por motivos de pressão de Castro e até de gratidão...
O temor pelo destino miserável que sofreria...
Impediu aflorarem os sentimentos de Maria,
Mesmo com todo amor que por Carlos sentia,
A união de ambos neste romance não prevaleceria.
Este temido romance muito ciúmes ostentou,
Até Madame Gouvarinho a preterida não se conformou;
Muitos encontros com Maria Carlos planeja,
Mas os fatos não condizem para o que deseja...
Em uma das tentativas em que Carlos vai para Sintra...
Junto do amigo, em de seus dizeres ele dizia:
Amigos a cidade é perfeita, mulheres bonitas, delirantes paisagens...
As mulheres ofereceram-lhe companhia e até hospedagem.
Percorre festas, visitas e esta viagem,
Mas o que vim buscar foi a poesia...
Que desperta-me em desejo e fantasia,
O amor a beleza de alguém que me extasia...
Quando no meio da passagem
Presumiu ser Maria Eduarda que caminhava;
O coração bateu, + uma vez não era ela que ali estava;
A desilusão o decepcionou deixou-o devastado,
Quando não a viu tudo ficou frio como mármore quebrado.
Quando em um belo dia Carlos retorna ao hotel,
Para um de seus pacientes visitar,
Mas na verdade era Maria que queria encontrar,
Aproxima-se, naquele momento enquanto ele olhava...
Aqueles belos olhos negros ela o observava
Os olhares prolongavam-se,
Depois do encanto e a sedução de olhares
Os dois despedem-se se abandonando.
Algum tempo se passou,
E nenhum progresso Carlos conquistou,
Surge uma viagem de seu Marido,
Para um trabalho rentável no Brasil ele se retirou,
Mas por sorte nem Maria nem a filha se apartou,
Devido às enfermidades que em sua filha se abateu
Não viajaram, pois a filha por demais se enfraqueceu.
A busca de Carlos por achá-la aconteceu.
Por contatos de amigos e inimigos sua busca prospera
Em um novo hotel Carlos corre e fica a sua espera,
Chegando ao quarto surpreende-se com seu bom...
Olhar doce, tão claro e brilhante, extasiante...
Seus olhos negros destacavam-se numa pele branca vibrante...
Era incomparável aquele instante, depois do olhar incessante,
Carlos diz: Presumo que atrapalho minha senhora,
Devo-me retirar já pode estar cansada a esta hora.
Carlos desce as escadas, e Maria diz:
Não se vá fique comigo por esta noite,
Carlos ainda de costas é acariciado...
Por trás em seu rosto e cabelos e quando vira-se...
O primeiro beijo acontece num ato impensado,
Ele encosta Maria na parede e a acontece o desejado,
Beijam-se, tocam-se, cheiram-se sem nenhum cuidado,
O beijo prolonga-se concluindo um ato já há muito ansiado .
Dias após seu beijo principiado,
Mais um nefasto episódio de amor ali foi firmado
Carlos leva Maria para um casarão,
Lá aconteceria uma paixão repleta de oposição...
O personagem Carlos no romance possui um caráter instável...
Igual a sua mãe, esta tendência ao desequilíbrio foi inevitável,
Fato que foi o objetivo do ator nesta ação,
Já que o meio que o cercava o fez perde a razão.
Circunstâncias, desacordo familiar, saudade,
Um sentimento misturado de inveja e ódio na sociedade...
Assim mesmo Carlos a desejava sem qualquer maldade,
Carlos muda seus hábitos e marca um encontro com Maria,
Chega ao local onde sua primeira noite de amor aconteceria;
Sua aparência calma, mas desejosa quase torpe o aliciaria;
Sobrevinham gemidos e urgências genitais em sua geometria...
Naquela noite os corpos se entrelaçaram num ato de alegoria.
Num dia em um jantar, surge um visitante que veio lhes visitar,
O mesmo conta a verdade sobre Maria e o amigo,
Os dois juntos não ficariam, pois o mesmo sangue, ambos carregavam consigo,
Eram irmãos, filhos de Pedro da Maia e Maria Monforte, que castigo!
Forma uma nuvem nos olhos de Pedro e pensa:
O que acontecerá comigo?
Fomos duas pessoas profanas cometendo um ato libertino
Incesto, perversão, amor, desejo ou fúnebre destino?
Como fugirei desse amor que foi um desejo tão puro?
Que revelou-se a cada olhar, cada encontro numa pura nudez,
Embebida de amor, apesar de contraposições e insensatez?
Minha mente e coração entraram em uma grande guerra,
Maria, minha doce Maria seria a perfeita cura para minha loucura...
Deste descobrimento que me causou sofrimento,
O que restar-me-ia então?
Abandona-la sem prejuízo e viver outra paixão...
Nossa união envolvia-se no mundo crime,
Podia abandoná-la e esquece-la, depois de sua última e devastadora...
Noite de amor e intensa paixão, inesquecível, dolorida,...
Mas necessária, viajarei, sumirei deixando seu segredo comigo,
Nossos atos ficariam preservados e protegidos como em um abrigo,
Da despedia restou ainda um frio de alegria por ter descoberto Maria,
Da separação restou somente as lembranças tristes da família Maia...
Os desencontros, as tragédias, mortes de Pedro e de Afonso Maia.
O amor nestes romances históricos, nem sempre tem final louvável,
Seu avô falece após a descoberta do encontro dos irmãos:
Maria e Pedro, para ele esta união sempre foi desaconselhável,
Mau presságio sempre teve com a família dos Monforte;
A verdade para Maria foi revelada, indignada vai para Paris,
Lá junta-se em uma união infeliz,
Com o passar dos anos Maria desliga-se do passado,
Em suas lembranças foram poucos momentos que ela foi feliz.
Transfigurou-se desviando de seus sonhos e sua personalidade,
Não era + a bela Maria viajada que Pedro conheceu na mocidade,
Vivia tão somente para a filha e numa vida de profunda obscuridade...
Distante da alegria, festas e galanteios de um jovem de sua idade,
Casou-se com homem idoso, indisposto para servi-la com virilidade...
Falando-se de Pedro, aventura-se pela Europa...
Roda e volta novamente para sua cidade,
Visita o Ramalhete onde por ali pouco tempo aproveitou,
Mas apesar das tragédias, foi forte, aguentou,
Sem a família, sem Maria, o amor lhe faltou,
Um pensamento que Eça de Queirós deixou para o personagem,
Sobre todo o ocorrido no seu último momento no Ramalhete,
Nesta vida que vivemos, devemos...
Nada de desejar, nada de recear...
O que vir devemos aceitar e o que vai também aceitar.
Seriamente e deliciosamente terminada, com boa exploração dos principais fatos da síntese da obra de Eça de Queirós em forma de cordel, espero que tenham gostado, assim sendo, obrigado por lerem.