"[A ABELHA E A ARANHA]".

Uma manhã dessas que amanhece com o tempo cinzento.
Sai do seu cafofo,uma aranha de médio porte,e começa armar sua teia para dar início à caçada.
Terminado aquele emaranhado de fios bem bordados de um galho ao outro no alto de uma árvore.Ficou na espreita da sua possível presa que como de costume não demoraria a cair.
O tempo foi passando e nada de alguém aparecer.E a fome,cada vez mais assolava-lhe o pequeno estomago.
Em determinado momento,ao lado da armadilha pousou uma abelha,com intenção de descansar.
Parou de zunir as asas,recostou-se num galinho e dormiu.A astuciosa aranha presenciou a cena e espertamente se aproximou daquela que, jazia inerte tomada pelo cansaço.
A peçonhenta aguardou uns instantes,arquitetando um plano para o ataque.Mas não achava uma forma adequada para seu feito,ficou fitando aquele inseto vulnerável que ali estava.Ai pensou.
Vou acorda-lá dando-lhe um susto assim ela cai na teia e assim fez.
Deu um grito,mas devido a fome soou bem baixinho pois já não tinha mais forças para isso.
A abelha despertou momentos depois,e viu a situação da outra que ali permanecia e disse.Tudo bem contigo?A aranha já com semblante humilde respondeu.Não,e contou a estória daquele fatídico dia de fome que estava passando.Atenta nos movimentos da poderosa,e prestando muita atenção no que ela relatava,veio-lhe na mente uma proposta.
Então disse para a faminta aranha.
____Se você quiser eu posso te ajudar,trazendo um pouco de comida.Aceita?
A aranha ficou pensativa de como ela poderia trazer comida se seus gostos eram totalmente diferentes,mas aceitou.
A proletária voadora levantou voo e saiu.
Dali alguns minutos ela voltou carregada de mel,e depositou na entrada do cafofo e chamou aquela que já tinha se recolhido junto com sua armadilha.
Ouviu,e com passos lentos foi ao encontro da sua mais nova amiga.
Quando viu aquela porção de um material grosso e gosmento perguntou.O que é essa coisa ai?
A voadora respondeu.É a comida que eu trouxe para você amiga, experimente vai gostar.
Desconfiada a peçonhenta colocou a garrinha naquela massa amarela,
como a fome falava mais alto levou à boca,boca essa que estava acostumada a degustar outro tipo de cardápio e comeu.
A garçonete daquele banquete aguardava ao lado de assas cruzadas,
esperando a reação daquela que estava sendo servida.
Ela comeu,e comeu até encher.Em certa hora meio que embriagada,
olhou em volta e viu aquele ser parado sorriu e agradeceu pela gentileza com muita humildade.
E disse...Pode me dizer que comida gostosa é essa?
A abelha respondeu,esse é o nosso alimento do dia a dia,
que vou trazer para você enquanto eu existir ou cair em alguma armadilha por ai.
Abraçaram-se calorosamente.
À partir desse dia nunca mais foi visto teias de aranha pelas redondezas...
jamil luz
Enviado por jamil luz em 28/04/2012
Reeditado em 28/04/2012
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