A FONTE, A MOÇA E OS POTES
Numa aldeia, todos os dias dezenas de mulheres pegavam os seus potes de barro e iam até a uma fonte próxima buscar água para servir às suas famílias. Certo dia, não se sabe de onde, surgiu na fonte uma linda moça com um bonito pote de porcelana para buscar água. O pote dela, feito de cerâmica fina, todo decorado e com as bordas prateadas, atraiu a atenção de todas as mulheres, quais a cercaram para admirá-lo. A moça aproveitando-se disso deu risadas e zombou dos potes das dezenas de mulheres, dizendo-as que eles eram velhos e feios. Dizem que as dezenas de mulheres, impressionadas com a crítica da mocinha, acabaram quebrando os seus potes e voltando para casa sem levar água para as famílias. Dias depois, numa certa tarde, estando as dezenas de mulheres na fonte com potes novos, lindos, brilhosos, feitos também de porcelana, encontraram por lá novamente a linda moça que, surpreendentemente, enchia de água um feio e velho pote, cujas paredes estavam carcomidas pelo tempo. As dezenas de mulheres da aldeia ao ver a linda moça portar o terrível pote, ficaram-se indignadas. Elas, portanto, não conseguindo entender a atitude da bonita moça, qual, dias antes zombara dos seus potes velhos e feios, a ponto de fazê-las quebrá-los, quiseram saber por qual razão ela agora portava tão horroroso pote. A mocinha terminando de encher o humilde recipiente com a água cristalina da fonte, respondeu-as, finamente.
- A mim não importa se o pote é feio ou bonito, a mim compete a sua utilidade.
As dezenas de mulheres se entreolharam, olharam para a mocinha, depois, caladas, encheram-se os seus potes de porcelana com a água da fonte e foram embora.
A mocinha, vendo-se sozinha na fonte, jogou o pote no chão, quebrando-o. Ela comemorou alegremente os bons negócios realizados pelo pai na aldeia durante aqueles dias. O pai, decerto, havia vendido tantos potes caros para aquelas tantas mulheres da aldeia, que, agora, estaria rico. Com o pai rico, com uma família rica, a mocinha não mais precisaria recorrer às fontes daquela ríspida região em busca de mulheres compradoras de potes lindos, raros e ricos.
MORAL DA HISTÓRIA: “Quem aceita com facilidade as críticas dos outros, pode se dá ao desgosto de ser facilmente lesado.”
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Francisco Rodrigues Júnior
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