O Sapo Falador Final
aliada. Vocês humanos poderiam viver maravilhosamente na terra tendo a inteligência que têm, mas preferem fazer tudo ao contrário; desonestidade cobiça mentira, orgulho e maldade. Ainda assim têm como mostrar coisas interessantes a serem observadas, sua engenharia, por exemplo, é magnífica. Enormes pontes, extensas estradas, fico imaginando quantos milhares de anos precisaremos em nossa espécie para atingir esse grau. Mas, se for para pagar o preço dos erros que pagam preferimos ficar para sempre à margem das lagoas a coaxar infinitamente. Nossos filhotes são o retrato da inocência e são muito felizes, bem diferentes dos seus não? Já nascem maldosos e quando vêem um outro mais fraco em vez de ajudá-lo passam a tripudiá-lo aplicando ao infeliz toda a sorte de maldades. Lembra do cantor Nelson Ned? Pois é, sofreu horrores na infância por causa de seu tamanho. Ele dizia que as crianças são cruéis. A bem da verdade, se não fosse a minha missão gostaria de viver bem longe de sua espécie. – Eu num ímpeto de orgulho ferido devolvi: Mas foi você que me chamou para conversar. – Eu sei - disse o danado. Só tive a curiosidade de observar se você era diferente dos seus, me pareceu uma cara honesta, mas vejo que me enganei. Sabe por quê? Você não ouviu o que falei, com seu orgulho falsamente ferido só me escutou. Que pena meu caro, que pena. Bem já estou indo, obrigado ainda assim pelos dois dedos de prosa. Boa noite! - Aos pulos foi saindo embrenhando no escuro. Senti depois uma enorme pobreza interior. Pensar que meu espelho viria a ser um sapo...