A margarida e o passarinho - parte III

Quando vocês estão juntos fica tudo muito claro...

- Temos afinidades apesar... De tudo.

- Que afinidade teria uma flor com um passarinho?

- Ele gosta da semente que produzo. Eu adoro o seu cantarolar. Ele canta pra mim... Eu perfumo o ar que ele respira, além de alimentá-lo com as minhas sementinhas. Não é o bastante...

A borboletinha ficou pensativa... Cada vez mais confusa.

- Ah! Deixa pra lá não é da minha conta mesmo.

- Ótimo vamos nos divertir.

Todos estavam muito felizes, os parentes do passarinho, todos bastante orgulhoso por ele já ter construído o seu primeiro ninho.

Ele aproximou-se da sua florzinha e cochichou.

- Preciso convidar a minha boa amiga estrelinha.

- Você não vai voar tão alto agora... Vai?

- Não! Preciso apenas me concentrar.

Pediram um pouco de silêncio, pois tinham uma surpresa para os convidados. Todos ficaram quietos e curiosos.

Já era noite, o céu estava escuro apenas os amigos vaga-lumes emprestavam a sua luz para aquele evento. De repente uma chuva de estrelas luziu no firmamento e uma luz muito forte clareou o jardim. Era a estrelinha.

- Pensei que não ia ser convidada. Disse ela.

- Estávamos esperando o momento certo. Disseram os dois em uníssono.

- Linda a sua festa meu querido amigo.

- Todos os méritos são da flor do encanto... A Margarida querida.

- O mérito é de todos aqui. Disse ela.

Aproveitaram para apresentar a estrelinha a todos os amiguinhos presentes. Queixaram-se por não terem nada para oferecer.

- Por favor, não se preocupem comigo a escuridão é o meu prato predileto.

A borboletinha não se continha agora de emoção, nunca vira antes tão inusitada situação. Não perdeu tempo em indagar:

- Você mora aonde? Perguntou

- No universo... Bem distante.

- Como você conheceu o passarinho.

- Nos encontramos um dia e descobrimos que temos afinidades.

- A florzinha também disse que tinha isto aí com ele. Será que eu também tenho?

- Você já conversou com ele? já parou para ouvi-lo cantar?

- Não. São tantos pássaros que cantam por aqui.

- Eu sei. Mas, existe um que canta pra mim. E, em troca do seu canto eu ilumino a sua noite.

- Por que ninguém canta pra mim?

- Porque têm muitos pássaros neste jardim, e, todos cantam enquanto você contempla as flores.

- É ...Eu não ligo muito para os pássaros, mas ouço os seus trilos.

- Por isso é que você não tem afinidades com eles. Nem eles ocupam o seu precioso tempo que é destinado às flores.

A borboletinha agradeceu a estrelinha pela boa conversa, e foi para um cantinho refletir, pois estava muito confusa.

Os vaga-lumes aproveitaram a claridade para descansar um pouco e se divertir na festa. O mais sábio dos vaga-lumes se dirigiu ate a estrelinha para agradecer a sua luz e elogiar o seu brilho.

- Todos nós temos o nosso brilho, mas não são todos que vêem. Neste instante estáis com os faróis desligados, mas o teu brilho é latente. O vaga-lume olhou-se em volta e ficou boquiaberto com o seu brilho... Brilhava com a mesma intensidade da estrelinha.

- Olhe em volta - disse ela - veja se todos aqui não têm o mesmo brilho.

- Sim... Todos somos uma só energia.

- Isso meu querido amiguinho. Somos todos uma só energia, uma energia vitalizada pelo AMOR... Todos aqui se amam. Por isso, a intensidade da nossa luz. Não penses que seria possível iluminá-los se não existisse este grande AMOR entre vocês. :

- O AMOR... Direi a todos que nos amamos.

Assim o sábio vaga-lume saiu a confraternizar-se com os presentes em nome do puro AMOR.

A estrelinha procurou a florzinha que mais parecia, que era ela, a anfitriã da festa para parabenizá-la por ser despertada com o gorjeio do passarinho.

- O nosso querido amiguinho esta transbordando de felicidade.

- É um grande dia pra ele. Disse a florzinha.

- Graças a você... Obrigado.

- Porque me agradeces tudo que fiz foi por mim também. Tê-lo por perto é uma dádiva... Ele é muito especial.

- Mas. Por que um pássaro pequena flor?

- Porque eu gosto dele... Porque eu adoro ele...Porque eu morro de amor por ele.

Mais uma vez a estrelinha ficou emocionada. Um fio de lágrimas brotou da sua aura, deslizou por entre o jardim, escorregou no riachinho. E, encantou totalmente àquele lugar.

O pequeno passarinho pousou no seu novo e primeiro ninho. E, de lá emitiu uma melodia, alegre e nova para todos. Exceto a Estrelinha e a Florzinha que já conheciam de perto àquele gorjeio. Todos entenderam e dispersaram. Cada um levando consigo a sua aura brilhante. Pois todos ali faziam parte de só fundamento: O AMOR.

A paz perenizou naquele jardim que foi encantado pela força de cada um dos seus habitantes, que juntos com harmonia viviam uns para os outros, descobrindo as suas afinidades: A Borboletinha pousa no ninho do passarinho que canta com todo orgulho para a sua florzinha; que perfuma o seu ar e pede ajuda aos beija-flores; que constrói o ninho do passarinho. Num sistema de cooperação mútua eles descobrem o verdadeiro AMOR. Ao descobrir as suas afinidades. O passarinho, a florzinha e a estrelinha semeiam uma semente no jardim esta se estende ao bosque; uma semente de luz, iluminando cada coracoezinho daquele lugar abençoado pelo AMOR divino. E a nossa borboletinha já tem um vaga-lume que ela admira. E, já é admirada por um bem-te-vi que morre de amor de AMOR por uma estrelinha.

JAILSON MERCÊS
Enviado por JAILSON MERCÊS em 27/02/2012
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