A margarida e o passarinho - parte II
Parte II
- Isto é fundamental.
- O quê? Indagou ela.
- Eu faço o que a natureza escolheu pra mim. E procuro fazer o melhor possível. Você faz o que a natureza ordenou pra você sem dificuldades.
Em seguida um perfume inundou o jardim, uma fragrância delicada percorreu todos os cantos, todas as flores desabrocharam e juntas encheram aquele momento de amor.
- Isto é fundamental. Afirmou a feliz florzinha.
Ambos sorriram bastante e juntos propagaram as suas felicidades usando cada um a sua característica fundamental.
Os dois ficaram tão entretidos que não viram naquele dia o nascer do sol. Quando pararam de se divertir já passavam das dez horas da manhã. O passarinho olhou em direção do sol e se assustou com o horário, tinha que trabalhar na construção do seu ninho ali perto da sua florzinha.
- Sinto muito, mas não podemos continuar conversando agora tenho que construir o meu ninho.
- Gostaria muito de ajudá-lo.
- Não precisas Margô basta ficares aí a contemplar.
- Posso pedir ajuda as minhas amigas abelhinhas.
- Abelhas não sabem fazer ninho minha flor.
Margarida ficou um tanto decepcionada, queria ajudar de algum jeito. Mas preferiu ficar quietinha, aproveitando o vento leve que soprava acariciando as suas delicadas pétalas. De repente uma grande idéia iluminou em sua frente: Lembrou dos amigos beija-flores... Beija-flores sabem fazer ninhos. Nesse momento soltou todo o seu aroma, uma fragrância delicada percorreu o jardim indo bosque a dentro. Em um instante tinha um batalhão de beija-flores a sua frente. Ela contou-lhes o seu desejo. Gostaria de ajudar o seu querido passarinho. Os beija-flores saíram em seguida na direção do bosque, quando o pequeno passarinho voltou com o seu primeiro talinho para o ninho assustou-se com a quantidade de beija-flores que estavam a sua volta cada um com um talinho para ajudar. O beija-flor mais experiente do grupo. Perguntou-lhe:
- Poderíamos ajudar em alguma coisa?
- Claro que sim. Vocês já estão ajudando mesmo.
- Eu sou marceneiro. Disse um.
- Como uma cooperativas trabalharam juntos, e em duas horas fizeram o serviço que o passarinho faria em três dias. Ele agradeceu aos beija-flores formalizando as suas amizades e, naquele momento sentiram um cheiro agradável que fluía da florzinha. Os beija-flores já conheciam aquele ritual se perfilaram e um de cada vez beijou a florzinha que a cada toque dos seus amiguinhos cheirava cada vez mais.
Após àquela cerimônia tão bonita ela se sentia exausta, suas pétalas despencaram de cansaço. O passarinho olhou para o seu ninho prontinho e. aconchegante, depois olhou para sua florzinha ali murcha sem vida, totalmente, sem energia.
O sol estava a pino, ele voou até uma arvore frutífera. Almoçou e cantou mais uma vez o canto da vida.
O sol que brilhava no firmamento procurou uma nuvem densa para sombrear a florzinha. A nuvem ao sentir o calor sublime do sol começou a se derreter, a transformar-se em chuva fina e daquele calor todo que havia soprou uma brisa suave alimentada pelo perfume da terra. Quando o passarinho voltou para o seu ninho estava lá a sua Margarida cheia de vida, viçosa e brilhante a contemplá-lo.
- Sente-se bem minha flor?
- Sinto totalmente coesa meu querido, deveras feliz por tê-lo ajudado.
- Ficarei eternamente grato por isso florzinha querida.
- Tenho uma idéia: Poderíamos comemorar... fazer uma grande festa. . . Um banquete para inauguração do seu ninho.
- Você não se sente cansada?
- Claro que não. Daqui mesmo poderemos arranjar tudo, convocaremos todos os nossos amigos.
De repente, um beija-flor planou em frente à florzinha. Ela contou-lhe a sua idéia. O passarinho também convocou os seus amigos e parentes. No fim da tarde estavam todos reunidos: Flores, pássaros, abelhas e outros seres mais chegados. Não faltou o que comer todos contribuíram com alguma coisa.
A borboleta amarelinha a mais curiosa de todos não se contia de ansiedade, não conseguia entender aquela amizade tão profunda entre o pássaro e a flor. Ela que todo dia estava com a flor não tinha tanta intimidade com ela. Mas o pequeno passarinho não podia dar um salto que a florzinha perguntava se ele queria alguma coisa. A borboleta aproveitou uma deixa da florzinha. e perguntou:
- Vocês estão namorando?
- Você já viu flor namorar com passarinho.
- Não!. Mas por que vocês se gostam tanto?
- Como você sabe disso?