RIO DE ESPERANÇA
O rio que meus olhos fitavam com certeza absoluta tinha um nome, mas não era de meu conhecimento. Porém, o rio era calmo e suas águas plácidas cortavam o forte calor de corpos que banhavam-se em suas margens.
Um menino franzino apenas com um calção um tanto surrado, aproximou-se de mim com sorrisos nos lábios e perguntou-me incessante.
- Você conhece esse rio?
- Você mora por aqui?
- Como é seu nome?
Pedi ao menino que mantivesse a calma. E, então, respondi.
- Não, eu não conhecia esse rio.
- Também, posso lhe dizer que não moro nesse lugar.
- E finalmente, posso lhe dizer que meu nome é Francisco.
O menino então, já mais saciado, acomodou-se em uma pedra próxima. Parecia reverenciar o doce silêncio do rio e suas águas plácidas e límpidas. Porém, achei melhor interromper o silêncio momentâneo e perguntei ao menino moreno do sol:
- Como você se chama?
O menino olhou-me calmamente e me respondeu.
- Chamo-me Roberto.
Voltei a perguntar.
- Você mora por perto?
- Sim, moro-Disse-me o garoto.
- Então você provavelmente conhece muito bem esse rio?
O menino sorriu marotamente e tornou a responder.
- Conheço-o na palma de minha mão e ele se chama rio da esperança.
Francisco sorridente, disse ao menino que havia gostado do lugar e do rio. Resolveu então, tomar um banho. Foram juntos, mas antes Roberto alertou Francisco dizendo.
- Você vê aquelas pedras ali ao lado! - Pois bem, ali há uma forte correnteza, não é bom tomar banho lá.
Francisco entendeu e tornou a perguntar.
- Roberto! -Porque esse rio calmo chama-se rio da esperança?
E Roberto sem titubear respondeu.
- Na verdade, nem sei o exato nome desse rio, mas com certeza esperança é um bom nome e eu o batizei assim.
Então, ambos se afastaram das pedras onde havia correnteza e juntos mergulharam num rio de esperança, num vasto e inesgotável rio de esperança.