Biblioteca da floresta

Era uma vez no Castelo da Justiça, na floresta encantada dos Poderes, na Ala Norte do Castelo, no departamento de biblioteca, uma turminha muito eclética e miscigenada, formada por diferentes personagens de diferentes historinhas, há tempos imemoriáveis desenvolvem seu trabalho tranquilamente. As meninas super poderosas no laboratório da informação processam eficientemente os dados e disponibilizam para consulta; o Kico sem o Chaves mas em companhia da Chiquinha e da Popis atendem aos medicantes de informação e mantém em ordem os estoques organizados da matéria essencial, condensada nas muitas e muitas páginas; a turma da Mônica sem o Cascão mas com o Charlie Brown emprestado pelo Snoopy processam incansavelmente todas as questões produzidas nos imensos e infinitos calabouços dos povos que trazem para o Castelo resolver, e que caem diariamente na caixa mágica do computador, onde a Mônica e seus amiguinhos fazem a conferência, a separação e os arremates finais com as teclas magnéticas e as transformam numa linda revista. A turma do Bolinha e da Luluzinha desde que vieram trabalhar neste departamento mudaram as regras do clube, houve uma junção gostosa e produtiva onde o Bolinha e seus amiguinhos Alvinho e Zeca compartilham da companhia da Luluzinha em suas atividades, afinal eles são responsáveis pelas atualizações das leis criadas pelos “Crânios Latejantes”, que é a cúpula formada para legiferar na floresta e impôr as leis aos ocupantes. A turma do Bolinha interage com as demais amiguinhas da Luluzinha através do amiguinho Juca que fez questão de assistir Dona Marocas no trabalho que ela desenvolve com eficiência junto com a Aninha e a Glorinha. Na sala da Dona Marocas as decisões sobre as diferentes questões que o povo traz para o Castelo são transformados em bolinhas coloridas e ficam armazenados na caixa tridimensional da web pendurados em forma de chocalho. Trabalhar na biblioteca é uma aventura, também não podia ser diferente, temos no comando a boneca mais aventureira da história do Lobato, nada mais, nada menos que a EMÍLIA. Se a floresta dos Poderes é encantada se deve a EMÍLIA, ela trouxe o pó de Pirlim Pim Pim e a encantou para defender uma boa causa: a causa dos Quatis... é, eles estavam ameaçados de extinção desde que passaram um grude preto nas ruas da floresta e muitas pessoas estabeleceu por aqui seu local de trabalho, trafegando todos os dias com seus cavalos de aços de duas rodas e suas abóboras metálicas sobre quatro rodas. Ela é danadinha não é, principalmente com seu sorriso cheio de grampo.

Bem, tudo estava maravilhosamente bem, até que sorrateiramente se instala na Ala Norte, (numa sala ao lado da biblioteca) “A Liga do Mal”, no começo pareciam inocentes mas com o tempo as carapuças lhe caíram e então o “golpe”... apresentaram um projeto mafioso e conspiraram junto a administração do Castelo pelo nobre espaço que abriga a biblioteca, um plano intencionalmente calculado com a finalidade da dissolução e fragmentação do trabalho e das equipes dos ocupantes da biblioteca, sem dar tempo para reação ela tira do nosso convívio nosso amiguinho Zeca da sala do Bolinha e o leva para longe, numa masmorra a fim de trabalhar dia e noite. Tempos difíceis, uma nuvem negra de abatimento e incertezas se apoderou do espírito dos ocupantes da biblioteca... Emília então se enche de determinação, pega o pó mágico e faz uma longa viagem em direção a Ala Oeste onde fica localizada a torre geral do comando ao qual o departamento da biblioteca está submetido, mas infelizmente o plano cruel da “Liga do Mal” havia atingido todos os compartimentos e alas do Castelo, ninguém pode ajudar a corajosa Emília. Ela retorna com uma ideia na cachola de pano, convoca todos para uma audaciosa empreitada, ir ao encontro da Senhora Justiça, só ela poderá entender nossa situação e interceder por nós. Animados com a perspectiva de ajuda e a possibilidade de resgatar nosso amiguinho Zeca empreendemos nessa viagem. Sabíamos que seriam dias de caminhada sob o sol escaldante por caminhos pedregosos, labirintos espinhosos, abismos fumegantes de vulcões em erupção que teríamos que enfrentar... mas nada disso tirava nosso ânimo, sob o comando da Emília “adelante, adelante”.

A Senhora Justiça, diz a lenda mora num mundo paralelo entre a Terra e o Céu, por isso tanta dificuldade de chegar até ela... mas justiça seja feita, ninguém tem o direito de chegar no terreno dos outros e ir mudando tudo desse jeito.

Finalmente, depois de dias avistamos o mundo suspenso onde habita a Senhora Justiça, ele está acima da cabeça dos homens, mas bem abaixo, muito abaixo dos pés de Deus. A subida não foi difícil, afinal já há um tempo que a Senhora Justiça ficou acessível aos mortais, outros já passaram por esse caminho e deixaram uma trilha... quando chegamos, eufóricos para conhecê-la, a imaginávamos sentada em seu trono reluzente e intimidante. Entramos pela porta já aberta, chamamos por ela, esperamos... chamamos novamente e nada... foi então que Emília disse vamos procurá-la, ela deve estar dormindo. Entramos palácio a dentro, numa sala, noutra... num quarto, em outro, na cozinha, nada. Vamos andar pelo quintal então, disse Emília... (fomos para o quintal) não caminhamos muito quando a avistamos, parecia triste... será que aconteceu alguma coisa, indagávamos. Vamos perguntar disse Emília.

_Bom dia dona Justiça, tá tudo bem....

Virando-se para nós ela disse:

_Hem!

Estava sentada em um tronco de árvore, com uma venda nos olhos, mas não chorava.

Emília aproximou-se e disse, a Senhora nos desculpe mas precisamos conversar, deixa eu tirar essa venda dos seus olhos para que possa nos ver...

GENTE A JUSTIÇA É CEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Como ela vai nos ajudar???

Frustrados retornamos... a Liga do Mal continuava agindo... outro amiguinho, o Bolinha, foi embora e a sua turma juntou-se com a da Luluzinha e da Mônica... ficamos mais reduzidos, viramos um serviço... mas continuamos amigos!

FIM

Tita Miranda
Enviado por Tita Miranda em 14/02/2012
Reeditado em 26/10/2023
Código do texto: T3499053
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