Melhor morrer mariposa, que viver borboleta.

- Já viu quem anda por ai, sonhando em ser borboleta? Coitada!

- Quem? pergunta a abelha à borboleta.

- Ora, a lagarta sonhadora. Passa os dias olhando para o céu, sonhando em voar.

- Mas que mal há? um dia ela irá voar, entrará para seu casulo e terá asas.

- Não seja ignorante abelha, ela é lagarta de mariposa.

- Mas entao, mariposas também voam, também entram em casulos para mudar.

- De que adianta entrar em casulos se sairão de lá feias, escuras, sujas.

- Borboleta, o que importa não é o que ela aparentará mas o que ela será para si propria.

- Mariposas não são felizes, abelha. Veja só os humanos, preferem borboletas a mariposas.

- Voces vivem para agradar os outros, mas esquecem de agradar a voces mesmas, as mariposas não vivem do que os outros veem dela, elas são felizes por ser;

- Mariposas não são felizes, sua feiura não permite, duas asas escuras amedrontam as crianças.

- Como mentes, amedrontam os adultos insensiveis, pois as crianças não tem medo de ninguem, brincam com borboletas, mariposas e até mesmo com a astuta aranha.

- Abelhas, voces não tem senso de beleza, noção de comportamento, veja o voo das mariposas, são desalinhados. Nós borboletas é que voamos, encantamos e chamamos mais atenção que o gigante elefante. Somos atraentes e sólidas. Mariposas -risos- não passam de lagartas com asas.

- Ignorancia, esse deveria ser o teu nome. Felizes as mariposas que melhor se escondem dos predadores e que voam e vivem para si, para sua felicidade.

- É melhor morrer pela beleza que atrai, que pela feiura que espanta, resmunga a borboleta, já alçando voo, imponentemente, para exibir suas cores em outras árvores..

Infelizmente, ali atrás do galho em que conversavam, a abelha e a borboleta, a lagarta escutou toda o diálogo sobre ela, fechou-se em seu casulo e desejou, infinitamente, morrer.

Passou o tempo e brotou daquele lugar uma mariposa. Escura, um pouco desajeitada, com asas grandes, que lhe deram a oportunidade de cortar os céus e voar.

Foi nesse momento que a lagarta percebeu quão inutil foi o desejo de morrer, pois quase se contaminara com a falsa felicidade da borboleta. Foi feliz, feliz pra si, feia pra si e contente consigo mesmo que a mariposa voou, voou e voou sem pensar no que diriam.

Tempos depois foi morta, por um triste homem, que não viu nela a vida feliz de mariposa.

MORAL: seja quem és, feliz pelo que és e espere suas asas chegarem para voce voar por cima das situações e aprender a desviar seus obstáculos. Melhor ser mariposa feliz, que borboleta imponente, mesmo que um dia um humano-borboleta tente te ferir. Voe, voe e voe!

Dion Lenon Almeida
Enviado por Dion Lenon Almeida em 06/11/2011
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T3320016
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