PRA SAUDADE

À Lidiene Maryen

Eu armei uma cabana

No canto do meu coração

E dentro dela fiz morar

Minha saudade, disse-me Coelho...

E fatigado, desiludido

O Sapo choroso

Na lagoa permanecia

À espera da sua Perereca...

Passou pela floresta o Grilo

Que detestava o Sapo

Aliou-se ao Coelho

Que morava na cabana da saudade...

Passaram-se os dias

Até que de repente na floresta

Veio morar a Lembrança

Trazida pela Saudade, mãe de Felicidade...

Como se não bastasse

O Sapo tentou o Grilo pegar

Quando viu a Perereca

Pela floresta a saltar...

Pularam os dois na lagoa

Prateada pela lua crescente

E nas noites acendiam

Pirilampos incandescentes...

Todas as portas da cabana se abriram

E a Saudade fugiu

Procurava por Lembrança

O Amor que lhe sumiu...

Veio ela vestida de seda

Adentrando pela floresta

Vinha nos raios da lua cheia

Preenchendo-a como uma renda...

Foi assim que a saudade

Voltou-se pro coração

Fez dentro dele seu ninho

E lá criou a menina Felicidade...

(03.10.11)

P.S. Perdoem-me a audácia em brincar com uma fábula em forma de poesia... Eu não queria prender-me à forma prosa e tentei fazer da fábula um poema... Obrigado a todos pela compreensão e não me critiquem... ok?

MARIO ROGERIO FEIJO
Enviado por MARIO ROGERIO FEIJO em 03/10/2011
Código do texto: T3255777
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