O menino pedinte
Estávamos em casa, eu, minha mãe e meu irmão. Era a hora do jantar, tínhamos acabado de comer e estávamos na sala. Meu irmão brincando. Minha mãe na máquina de costura. Eu na cadeira de balanço. Converso com minha mãe. Assuntos corriqueiros.
É momento que há em nossa casa uma diferente abordagem para um horário não convencional. Um menino pobre pedindo ajuda. Minha mãe o atende e nega a ajuda. Chamo sua atenção para que não desprezasse o menino, ele já está em outras casas pedindo, porém sem sucesso: na adquire.
Com meu incentivo, minha mãe o chama e pergunta que tipo de ajuda ele necessita, de antemão, ela própria o dirige se é alimentos, ele responde que sim prontamente.
Eu e minha mãe preparamos uma sacola com fubá, biscoitos, pães e bananas. Mamãe queira colocar, a princípio, um açúcar. Respondo que não seria conveniente, pois ninguém iria comer um punhado de açúcar.
Entrego ao menino a sacola. Ele deseja a bênção de Deus. Segue alguns passos e pergunto o lugar de sua morada, o próprio responde Ribeirão. Segue na direção do lugar dito. Temos então a última cena:
Um rapaz de 18 anos e uma senhora de quarenta chorando pela desigualdade que assolou o Brasil aqueles momentos.