O menino pedinte

Estávamos em casa, eu, minha mãe e meu irmão. Era a hora do jantar, tínhamos acabado de comer e estávamos na sala. Meu irmão brincando. Minha mãe na máquina de costura. Eu na cadeira de balanço. Converso com minha mãe. Assuntos corriqueiros.

É momento que há em nossa casa uma diferente abordagem para um horário não convencional. Um menino pobre pedindo ajuda. Minha mãe o atende e nega a ajuda. Chamo sua atenção para que não desprezasse o menino, ele já está em outras casas pedindo, porém sem sucesso: na adquire.

Com meu incentivo, minha mãe o chama e pergunta que tipo de ajuda ele necessita, de antemão, ela própria o dirige se é alimentos, ele responde que sim prontamente.

Eu e minha mãe preparamos uma sacola com fubá, biscoitos, pães e bananas. Mamãe queira colocar, a princípio, um açúcar. Respondo que não seria conveniente, pois ninguém iria comer um punhado de açúcar.

Entrego ao menino a sacola. Ele deseja a bênção de Deus. Segue alguns passos e pergunto o lugar de sua morada, o próprio responde Ribeirão. Segue na direção do lugar dito. Temos então a última cena:

Um rapaz de 18 anos e uma senhora de quarenta chorando pela desigualdade que assolou o Brasil aqueles momentos.

Olavo Barreto
Enviado por Olavo Barreto em 02/09/2011
Código do texto: T3197200
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