Administrador de idéias

Já estou de saco cheio de ficar sempre na mesma rotina: acordar,tomar café, ir para o trabalho , voltar do trabalho, almoçar , retornar para o trabalho. Coisa mais insuportável essa vida, vivo só trabalhando nunca tenho tempo para mim, mas e mesmo que eu tivesse tempo para mim não teria muito o que fazer, não tenho dinheiro para viajar e conhecer lugares novos além dessa cidade em que vivo que é cercada de pessoas mesquinhas que dão mais valor ao sobrenome que aos seus feitos e minha idade também não é favorável para uma nova aventura. Para a cidade sou um senhor feliz que ama dar aula, com um sobrenome a carregar e uma família a honrar que antes era rica, mas que hoje poucos sabem já não tem valor, meu pai um mestre da educação, desde pequeno sonhava em ser como ele e hoje estou com o sonho sendo realizado, mas nada me vale apena, meu salário é baixo não sobra nem para comprar uma sobremesa depois do almoço, pois tenho que deixar para as contas de água, luz, telefone e graças a Deus meu pai deixou essa casa que construiu com muito esforço e não tenho o que reclamar dela, pois é de um conforto inimaginável, mais confortável ainda pensar que no final do mês ela me tira o aluguel da lista de contas e me oferece as lembranças de quando eu era criança e que deixará as marcas da minha velhice que hoje vivo de sessenta e cinco anos aparentando oitenta, sem nenhuma esposa nem filhos muito menos alegria agora só me resta ir vivendo e vencendo a solidão e a amargura da vida e lutar para que não me façam aposentar.

Poder-me-ia ter mudado a minha vida, mas também sempre fui acomodado nunca gostava de ir a nada e nem aceitava amigos, nunca se sabe quando um irá trapacear e isso de muito acontece com pessoas que aceitam qualquer estranho para taxar de amigo ou ousam chamarem uns aos outros de irmãos... ora, ora! Irmão tem o nosso sangue uma pessoa que se torna conhecida e que trocamos algumas palavras nunca poderia ser um irmão, mas também nunca tive um nem sei como é, ou uma esposa alguém para amar eternamente, não devo ter perdido muito da vida, o final dela não mudaria se eu tivesse escolhido ter amigos e esposas tudo que eu teria deixado seria apenas uma história diferente para cochicharem e emoções diferentes para ter sentido e quem sabe senti de maneiras diferentes as felicidades da vida quando abria meus livros eu sentia o prazer de aprender sobre as coisas, como a cadeia animal, genética, sobre o meu corpo, sobre tudo em variados tipos de matérias e como grande o orgulho senti em me ver passando conhecimentos aos outros, pena que não me recompensam, mas sei que devo me recompensar a conta da luz que espere. Irei aproveitar a vida e comer um belo e delicioso pudim depois da janta.