O amor acontece...

Dizem por aí que quem conta um conto aumenta um ponto! Vou começar agora a aumentar meus pontos...

Em um lugar distante, chamado Brakland, em uma época passada, existia uma jovem bela e esperta. Seu nome era Adora, mais conhecida como Dora.

Dora tinha belos olhos azuis, pele clara, cabelos longos e dourados. Dora era filha do ferreiro da aldeia e lidava muito bem com metais pesados, era admirada por isso. Uma jovem tão bela e com habilidades masculinas, sempre comentavam os moradores da aldeia. Seu pai, o Sr. Joher, Alfred Joher, até tentava dar a ela trabalhos mais leves, mas Dora se recusava e pegava metais mais pesados para derreter, aço quente para moldar e trabalhava com eles depois.

Seu dia começava cedo, ia ao campo e colhia frutas, legumes e verduras para sua mãe, a Sra. Anne, tomava café e ia para ferraria com seu pai.

Sempre lhes chegavam encomendas de espadas, elmos, escudos e principalmente armaduras - as mais belas- eram assim descritas por quem as comprava. A maioria desses trabalhos eram obras de Dora, que caprichava nos detalhes, tornando-as peças únicas.

Em época de torneio, onde os cavaleiros disputavam um lugar ao lado do rei na mesa real, nome reconhecido e uma grande quantia em ouro, as peças de Dora eram as mais procuradas, pelo menos 15 encomendas por torneio. Todos os cavaleiros queriam estar nessa mesa trajados com as peças mais belas do reino.

Em meses de primavera, que antecediam ao evento, Dora trabalhava noite e dia, descansava por algumas horas e retornava ao trabalho.

Num dia frio dessa estação, quando Dora detalhava uma armadura, eis que adentra na ferraria para mais uma encomenda um jovem rapaz. Vinha de outro reino, curioso, em busca da artesã que fabricava peças diferentes.

Quando Dora o recebeu, a priori, ela se assustou com aquele aperto de mão firme e seguro. O rapaz era belo e tinha um porte simples. Apresentou-se como Zac, Zacary Still, nome pomposo para pessoa de aparência tão humilde.

Depois de fazer sua encomenda, o belo rapaz retirou-se da mesma forma que entrou, silenciosamente, deixando Dora aos suspiros. Ele também assim ficou, aos suspiros e ainda mais, ficou encantado e boquiaberto ao ver que a artesã de que todos falavam, era uma jovem e delicada donzela. Ele imaginara que encontraria uma mulher mais velha, carrancuda, de aparência sofrida pelo trabalho, até mesmo corcunda, menos que era tão linda e formosa, o que lhe fora uma surpresa!

Passaram-se alguns dias e nesse período Zac voltou até a ferraria para experimentar a armadura, ia até mesmo sem avisar, dizia a ela que havia errado o dia ou que estava de passagem por lá, tudo para revê-la mais uma vez. Dora até entendia e ficava muito feliz por isso, pois, tinha a oportunidade de vê-lo também, mas Dora nunca dava o braço a torcer, mas ficava surpresa com a chegada dele, era lógico que ela também assim o queria.

Dora fez a mais bela de todas as peças que já havia produzido, armadura reforçada, espada mais afiada e o escudo mais entalhado. Quando o entregou, Zac ficou boquiaberto com tamanha beleza e luxo. Estavam polidos e encerados. O que dava mais beleza as peças.

Ele pagou, agradeceu e saiu.

Dora continuou seu trabalho normalmente, triste, pois sabia que por um tempo não veria mais aquele jovem.

No dia seguinte, seria o torneio, como de costume Dora e seus pais iam assistir a essa disputa para admirar suas obras.

Quando começaram as apresentações dos cavaleiros, eis que surge Zac, seguido por seu cavalariço. Quando o viu, o coração de Dora parecia que ia explodir, mas ela manteve sua postura e ouviu as apresentações.

Na vez de apresentar Zac, o orador disse assim:

“Do reino de Nokland, a beira do rio Hambriger, por traz dos montes Avellon, filho do rei Marcus Anthony Hill, eis que surge o príncipe Zacary Marcus Anthony Hill Terceiro, em busca de seu primeiro título nessa renomada competição. Caso a vitória seja de sua Alteza real, o príncipe Hill gostaria de abrir mão de todos os prêmios que vossa Majestade oferece, e pede apenas a mão em casamento de uma jovem deste reino”.

Todos os presentes ficaram perplexos com tal pedido, mas não mais que a jovem ferreira, ela não entendeu nada, nem sequer podia imaginar o que o destino lhe tramara. Quando o rei deu seu consentimento para que o pedido do príncipe fosse atendido, caso a vitória o pertencesse, as disputas tiveram início.

Dora ficava com o coração na mão, toda vez que Zac, o príncipe, entrava em disputa. Ele sempre dava uma olhada para ela, erguia sua espada, baixava seu elmo e lutava. Tinha técnicas nunca antes vistas por nenhum dos competidores, para ele a vitória era fácil e rápida. Foi derrotando um por um seus oponentes, até que finalmente chegou a última disputa. Seu oponente era Sir Jonh Noar Dillon, conde de um terreno aos arredores de Brakland e vencedor dos últimos seis torneios.

Estava sendo uma luta bem equilibrada, disputada ponto a ponto, mas Sir Jonh estava cansado, não conseguia acompanhar a agilidade e habilidade do príncipe, até que num golpe final, Zac desarma seu oponente e termina a competição como vencedor. Sir John sem mais o que fazer, levanta-se e parabeniza o jovem príncipe e o garante que será brilhante seu futuro como competidor. A multidão aplaude enlouquecida a vitória do príncipe, ficando a espera da revelação do nome da felizarda moradora do reino, que terá de se casar com tal cavaleiro.

Dora acompanhava de longe a comemoração e quando o rei desce coroando Zac como campeão do Torneio Real, diz ao jovem príncipe que todas as moças do reino estão à disposição dele, pois assim o prometera. Zac então, disse querer somente uma, pois aquela que ele desejava, havia lhe roubado o coração. Olhou imediatamente para Dora e seus olhares se cruzaram, ela não acreditando que era a escolhida do príncipe em tornar-se uma princesa, ela, uma humilde ferreira, ficou emocionada. Todo reino que ali se encontrava, não podia acreditar no que seus olhos viam. Dora descia das arquibancadas com os olhos cheios de lágrimas, indo em direção do príncipe e ele em direção dela, com as mãos esticadas buscando tocar as dela.

Foi um momento mágico!!!

Os pais de Dora se abraçavam e choravam ao ver esse acontecimento, o que nem eles em seus mais loucos devaneios poderiam imaginar.

Quando finalmente suas mãos se alcançaram, Zac e Dora se abraçaram, se beijaram, mas contidamente e apaixonadamente. Aplausos foram dados, inclusive pelo rei, homem justo e de palavra.

Depois de Dora ter aceito formalmente o pedido real de casamento de Zac, o rei Carlos II, providenciou um pomposo casamento, em agradecimento, por esta bela jovem ter unido dois reinos e garantido, mesmo sem querer, tão oportuna união.

Dora e Zac mudaram-se para o reino de Brakland, onde viveram felizes. Os reinos unidos tornaram-se poderosos, cheios de bravos guerreiros e nobres pessoas.

Essa é a história em que o que parecia ser impossível, torna-se possível, o imaginário torna-se real, pesado torna-se leve e até uma ferreira torna-se princesa.

Acreditem, mesmo sem nunca terem sonhado, assim é muito melhor.

Nem sempre o que desejamos pode acontecer, mas quando acreditamos com coração que um dia algo bom vai acontecer, algo muito melhor acontecerá!!!

Gisele Mitterhofer
Enviado por Gisele Mitterhofer em 22/07/2011
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T3112663