CAROLINE, A GARCINHA DE OURO!
CONTOS MÁGICOS 2
“As aventuras de Laura, uma borboleta mágica e de Serena, uma camaleoa contadora de histórias, continuam... Não deixe de conferir cada momento, reflexão, num mundo mágico, mostrando a realidade com muita fantasia e imaginação”
O autor - Rogério José Martinelli
Caroline, a garcinha de ouro!
Como sempre, Laura e Serena, todas as quartas-feiras, reuniam a bicharada em uma clareira da floresta mágica para contar histórias. Serena, a camaleoa contadora de histórias, estava a mil nessa noite; céu estrelado, iluminando a todos com o luar que há muito não se via...
___ Vamos lá, meus queridos! Tenho uma história que vai deixá-los de boca aberta! – dizia Serena, enquanto Laura acomodava os pequeninos animais da floresta...
___ É isso aí, Serena! Comece a contar a história!! – insistia Laura.
___ Laura, Laura, você sempre a mesma, hein! Pelo visto já estão todos prontos! Desta vez, então, fechem os olhos... um, dois, três... vou contar-lhes a história de Caroline, a garcinha de ouro!
___ De ouro! Porquê?! – disse Laura.
___ Laura, feche os olhos você também e entre nessa fantástica viagem!...
“Caroline, a garcinha, nascera na última primavera ao som de diversos pássaros que povoavam a região dos grandes rios de águas cristalinas...Papai e mamãe-garça eram muito pobres porém muito honestos. Caroline era magrinha, magrinha... tão magrinha que desviava dos pingos de água das chuvas... perninha pra cá e nenhuma gotinha umedecia suas alvas penas. O que mais impressionava a todos era a flexibilidade da danadinha... parecia de borracha! Suas perninhas cruzavam na altura do pescoço e paravam nas costas! E como era simpática a linda garcinha; todos a aplaudiam, pediam bis e encorajavam as acrobacias de Caroline! Como nem tudo era perfeito..., nem na Terra da magia, a família da garcinha, Caroline, habitava à beira do rio onde a alimentação não era farta e, dia sim, dia não, o estômago da família garça era de um barulho só!... Ronc, ronc ronc! Que fome! Ronc, ronc, ronc... e, assim, muitos dos animais dividiam a comida com a família ronc, ronc..
___ Que tristeza, tia Serena! – interrompeu Risoleta, a porquinha rosada de tanto comer frutas vermelhas.
___ É verdade! Mas, vamos continuar a histórias pra ver o que vai acontecer...
... Caroline, a garcinha, tinha um sonho... queria ser ginasta rítmica nos Jogos Olímpicos da Nova Era! Ela pensava que, caso ganhasse, poderia ajudar sua família e fundar uma associação para treinar as tartaruguinhas no arremesso de peso; os macaquinhos no salto em altura; as cobrinhas na natação e mostrar o verdadeiro espírito da solidariedade! Mas, como ela conseguiria participar se nem patrocinador ela tinha! Isso mesmo, teria despesas com a viagem de aero-águia para o continente olímpico; hospedagem, comida, roupas apropriadas cheias de brilho e coloridas como o arco-íris! Ela não poderia desistir... tinha esse desejo, talento e era muito flexível com seu corpinho esguio e bem feito! Caroline decidiu descruzar os braços, arregaçar as penas e foi pra praça central da floresta onde os bichos tinham seus momentos de lazer. Debaixo das asinhas, um pequeno rádio, com o som de “Agita bananal”, e lá ia Caroline! Dançava... dobrava as perninhas... fazia um, dois, três pivôs-bandeira... um ilusion... uma flexão e arrasava na coreografia! A bicharada presente gritava e aplaudia, emocionada:
___ Já ganhou! Já ganhou!
O tempo passava e Caroline, a garcinha mais flexível do pedaço não desistia; trinta dias se apresentou e nada! O patrocínio não veio e o sonho olímpico estava afundando com suas lágrimas... no 31º dia, perninhas feridas e com um ronc, ronc, baixinho, baixinho, a garcinha desmaiou em plena praça central... Ao acordar, soluçando, encontrou ao seu lado um envelope, guardado dentro de um livro e nele, um fio dourado enviado com muito carinho pela bicharada da praça central.
___ Ah, não! De novo, não! Serena, não vá me dizer que...!
___ Acalme-se, Laura! Com certeza você não se importaria... você sabe que boas ações em mãos certas, perpetuam a magia...
___ E o que aconteceu, então! – insistiu, Laura.
___ Veja....
... junto com o fio, um bilhete muito simples que dizia... “Deseje algo especial, muito especial! Você merece!”
O bilhete fora assinado pelas Garcinhas Notáveis, autoras de diversos livros de contos e fábulas do reino da floresta mágica!
Conta-se que Caroline foi homenageada pelo Comitê Olímpico como “A garça de ouro.” Com seu desejo, patrocinou ainda, todos àqueles que sem apoio da comunidade ou do planeta onde viviam, não precisariam dançar em praça pública ao som de um ronc, ronc, sinalizando fome e, ao mesmo tempo, imensa tristeza... Garcinha, Caroline, criou muralhas de esperança, alimentando os sonhos com uma pitada deliciosa de magia, fazendo valer o verdadeiro espírito olímpico!
___ Podem abrir os olhos, pequeninos! – proclamou Serena.
Nesse momento, nem Laura e muito menos os animaizinhos abriram os olhos... todos continuavam encantados com a história de Serena... permaneciam num profundo sonho dourado iluminado e acariciado pelo luar majestoso da floresta mágica!