Thanatos (parte 2) - Senhor do Vale dos Ossos.
Ele se assenta sobre os corpos sem túmulo. Ele se esconde nas sombras da noite e durante o dia, viaja através das intenções duvidosas. Ele observa cada detalhe, pois seus olhos nunca se fecham. Nada lhe escapa, nenhum grito é alto o suficiente para o prazer dos seus ouvidos. Nenhuma dor é grande o suficiente para alimentar o seu desejo.
O senhor do vale dos ossos. Majestoso e poderoso. Inevitável, inexorável, anacrônico, indestrutível. Suas mãos são gentis e frias como o gelo, seu olhar é ardente com fogo e queima através da carne, dos ossos, das pedras e da alma. Sua foice é seu único amor, seu trabalho, o único valor.
Vai, então, ele por entre os pedaços de carne com pernas, macacos pensantes. Infeliz, ele, por estar no meio de tanta podridão. O ser sagrado que antes pairava no multiverso, eterno e absoluto, pois não havia vida, agora rebaixado a colher a luz de cada ser.
Thanatos é seu nome e jamais, esqueceis, ele não se esquece. E suas garras são fatais, sua língua é perigosa. Seus meios são duvidosos, senhor das trapaças e ilusões, forjando um fato para que se proceda ao fim.
Em seu leito final, preste atenção. Ouça bem e não feche os olhos. Ele estará ao seu lado esperando para o ato final. E quando der seu ultimo suspiro, tenha certeza de que este é Thanatos a beijar-te. O beijo final da morte.