O Fantástico Diário do Diabo

Amaldiçoado diário...

Eu hoje subi à terra, só pra ver como ela era,

não quero me gabar, mas eu estava gato, com belas botas.

A noitinha pisei na famosa esfera,

Olhei em volta, e entendi o porquê de muita revolta.

Então fui caminhar, dar uma volta...

E em uma bela moça esbarrei,

que talvez por bondade dela; me quisera,

e por maldade minha, o seu amor ela me dera.

Mais tarde a um baile fui com ela,

É claro fui de smocking, e "pus" um bravo cravo na lapela,

No castelo, onde a tal festa era, no calabouço a galera,

e lá, a música, a dança que os males espanta;

Com anjos dedilhando banjos...

Corri, que fique claro, não fugi, pois não sou disso;

no caminho encontrei um sapatinho,

que deixei a um triste sapinho com marcas de batom no colarinho,

que por sua vez, o presenteou a uma rosa,

que chorava copiosa sem espinho.

Sendo assim continuei o caminho,

passei em frente a uma ruina de capela,

ali queimei uma vela, na claridade

uma menina de pouca idade.

Maravilha de alicia! Mas que falta de malicia!

Andar aqui cança,

agora entendo bicho-papão de criança.

Seria capaz de comer três porquinhos.

Continuei o caminho,

Avistei um pé de saci, não resisti e pedi,

maçãs aos montes.

Sete delas eu comi.

Diferente do inferno, lar amargo lar!

Aqui nesse lugar,

existe um tal de inverno.

A branca neve caia, pequenos homenzinhos choravam,

um sininho badalava, clariava;

um moleque levado pulava, levitava.

Fiquei com raiva.

No chão, migalhas de pão,

me levaram até uma floresta.

Lá encontrei outra jovem bela,

com longos loiros cabelos, franja sob a testa.

No alto da árvore,

arco e flecha na mão,

Ah! não o menininho cresceu,

e com meu saco de moedas de ouro desapareceu.

Bandido! Roubou meu pedido!

Com ódio fiquei,

meu sobre-tudo vermelho coloquei,

no espelho não refleti,

mas um belo casaco eu vesti

E não há alguém mais valoroso que ti!

Sem minha imagem eu ouvi.

Não gostei daqui!

E resolvido, desci...

Inferno, lar amargo lar!

Mas pra meu espanto,

coberta por um lindo manto,

outra bela jovem,

adormecida em meu leito.

E agora;

oquê que é isso

que faz tum-tum,

tum-tum,

tum-tum,

aqui no meu peito?

wilsom mel
Enviado por wilsom mel em 29/04/2011
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T2937769
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.