Águas de março

Era manhã de março. O galo da fazenda despertou tão logo o sol subiu no telhado e acordou o formigueiro:

_Cocoricó!

Jô também acordou para trabalhar. Todo dia, quando a madrugada tem sido chuvosa, ela vai ao rio com quase todo o formigueiro para procurar alimento: é folha, é resto de animais mortos.

E lá vai Jô com as amigas.

Sobe um morro.

Desce o morro.

Passa por uma pedra...

Toc-toc, toc-toc...

E as formigas seguindo o caminho do rio. E Jô falava e falava, como uma dessas meninas que nascem hiperativas:

Queria ser costureira.

Gostava de mel gelado.

Tinha uma folha de estimação.

Blá, blá, blá...

Então, chegaram ao rio e as amigas afastaram-se num passo de lado para descansar os ouvidos. Jô nem percebeu, pois uma enorme folha chamou-lhe a atenção:

_Uauuu!!!

Uma folha de amêndoas amarelada e sedosa brilhava ao sol de março. A formiguinha sorriu e remexeu a cinturinha numa espécie de dança brasileira.

_Cuidado, Jô!_ gritaram as formigas_Essa folha esta muito próxima das águas.

O aviso chegou tarde! As amigas arregalaram os olhos enquanto Jô descia o rio em cima da folha.

Mas as águas também correm para as margens baixas...

Jô muito assustada colocou os pezinhos em terra firme.

_Ora, a curiosidade matou o gato!_disseram as amigas_ E formiga morre afogada...

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 19/03/2011
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T2858292
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