O REINO PERVERTIDO DO REI PERVERSO

Um poderoso rei, reinava sobre um povo pobre e tolo, porém o povo era também rebelde contra Deus, não respeitando os preceitos seus. Então o rei sobre eles dominava e fazia das mulheres suas escravas para seu bel prazer e a rainha malvada disso muito gostava e ao rei incitava e fazia coisas piores... e o rei e a rainha tinham muitos filhos e eram muitos ricos, viviam sem serem incomodados, até que um dia surgiu um problema: a praga começou a devorar toda a lavoura e uma peste estava matando todo o rebanho e as pessoas estavam sempre com desinteria.

Mandaram, então, chamar alguém sábio que poderia solucionar aquele problema. Chamaram o médico e ele diagnosticou que era vermes, uma resistente bactéria; e prescreveu remédios, mas nada adiantou, muitos morreram.

Acharam que aquele não era o médico certo e chamaram o veterinário, o engenheiro sanitárista, o agronômo e até invocaram pai do mato e gnomos... e o rei e a rainha e seus filhos, estavam muito aflitos, mas o povo nem sabia o que estava acontecendo, não havia para eles nenhuma diferença, continuavam pobres e tolos.

O rei já tinha perdido todo o prazer diante daquela calamidade e já tinha perdido bons negócios e não tinha tempo para os prazeres carnais e nem a rainha porque tinha que cuidar dos seus filhos que choramigavam querendo brinquedos, iguarias diferentes e vestimentas importadas. Decassílabica, era a filha mais velha, muito bela e perversa, porém gorda e exigente, queria muitas jóias e festas.

O rei teve que sair do ócio e foi investigar o negócio... nunca tinha visto tanta gente suja, então, distribuiu sabonetes pelo reino e depois o fedor, pediu o perfumista para acabar com aquele odor. Quando começou a questionar o povo, viu que era povo que não sabia ler e se expressar, contratou professores para os alfabetizar. E andando adiante avistou uma pequena ovelha e pensou em comê-la, mais era ainda muito pequena, então levou-a em seus braços para o seu reino.

Um belo dia a rainha entrou sala adentro, gritando: eu sei por que este mal nos sucedeu! Esta ovelha quando berra as pragas que sai da boca dela em quem está perto pega! O rei olhando para a ovelhinha, ficou desgostoso, porque ele e a rainha fariam da ovelhinha um jantar saboroso. Então, olhou nos olhinhos castanhos, lindos, tristinhos e piedosos da ovelhinha e muito furioso, bradou: berra, ovelha! E a ovelha, nem ligou. Então, ele ergueu a mão e ia dar na ovelha um puxão de orelha e a ovelha instantaneamente, quando viu a mão do rei erguida, começou a berrar sem parar e não saia praga nenhuma, e o rei então indagou: que aroma tão gostoso é esse no ar? Então, percebeu que era da boca da ovelha, que não parava de berrar... o rei mandou a ovelha parar de berrar e assim se sucedeu, viu então o rei que a ovelha lhe entendia e lhe obedecia muito mais do que a rainha e seus filhos.

Foi então que teve a idéia de ao invés de fazer um jantar da ovelha, iria fazer dela sua mascote. Mandou fazer um colar para por no pescoço da ovelha que ficou zangada e não permitiu, fugiu. O rei mais tarde encontrou a ovelha mascando erva cidreira. Ah! pensou, é por isso que quando berra vem este aroma. Foi até a ovelha e falou: vamos voltar para o reino.

Só que a rainha e seus filhos não estavam suportando mais a ovelha e o rei com brincadeiras, tais: pula aqui! corre! pará! berra! cala! passa entre as minhas pernas! dá um cheirinho! O rei vivia as gargalhadas; a ovelha era inteligente, obediente e engraçada, ele não tinha tempo pra mais ninguém, mas a ovelha o aconselhava muito bem, mostrava para o rei tudo o que ele tinha que fazer.

A rainha e os filhos indignados, prepararam para o rei uma cilada. Convidaram o rei e sua inseparável ovelhinha para passear no bosque, e lá fazerem um piquenique. Cavaram um buraco bem fundo, e cobriram com folhas; e disseram: lá em baixo daquela árvore, estenda está toalha. O rei pegou em uma ponta, e a ovelha a outra ponta da toalha, e ambos caíram no buraco. E ficaram ali com fome; e os filhos do rei e a rainha zombando... foram embora e deixaram eles ali.

O rei olhou para a ovelhinha e falou: como vamos sair? E a ovelhinha parece que estava respondendo: não pergunte pra mim. E olhou para cima e pensou: é muito alto, acho que vamos morrer aqui. E o rei entendeu: não tem problema algum´, é só me jogar, eu vou pular daqui e volto para buscar socorro pra ti. Imediatamente o rei pegou a ovelha e jogou para cima com todas as suas forças e fé, e gritou: ovelhinha, tenha asas, pelo amor de Deus! Vai! Vai! Pula! E a ovelhinha que era expert em saltar, pulou para fora do buraco e foi buscar socorro na próxima aldeia. Os aldeões, entenderam a ovelha e a seguiram e vendo um homem no buraco o tiraram sem saber que era um rei. O rei nunca mais quis voltar para o reino, ficou morando na aldeia com a ovelha. Em uma bela tarde, olhou para a ovelha e ela para ele e pensou, assim: ovelha, você podia ser uma princesa. E a ovelha, pensou: rei, você podia ser um carneiro. Ficaram um tempão, assim, se olhando... e pensando assim.

Foi quando um anjo, passou por ali, e transformou a ovelha em princesa, mas a ovelha não gostou. Então, transformou o rei em um carneiro. Será que ele gostou? Pergunte para ele.

E as pragas?

Era porque os pobres estavam matando os animais que devoravam os insetos e comiam e tudo estava contaminado, causando-lhes desinteria. Quem descobriu foi um velho sábio camponês.

E a rainha e seus filhos?

Foram fazer pequenique bem longe dali, e como eles eram gulosos, um leão apareceu faminto e não tinha nada para o leão faminto comer a não ser ele. A gorda Decassílabica, foi a única a ser devorada. Os outros sairam em disparada, tropeçaram, se pisaram e sairam rolando ladeira abaixo e de lá não sairam.

E o reino?

Os professores assumiram.

Mas,

e o rei? não conseguimos encontrar ele e perguntar se ele gostou de ser carneiro....

Não!

Ele não gostou.

Então....

o anjo os transformou em anjos estão no céu voando.

FIM!

Rose Silva

Rosinalva Machado Silva Bibliotecária
Enviado por Rosinalva Machado Silva Bibliotecária em 01/02/2011
Reeditado em 01/02/2011
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