FRATERNIDADE


Os discípulos correram , circundaram e pediram ao Mestre um sinal para ser usado diariamente, e que representasse o altruísmo da fraternidade.
O Mestre, sempre compenetrado, perguntou-lhes:
-Como quereis o oásis se sequer vos alçastes ao deserto?
O mestre então contou-lhes esta história:
- Havia uma família com cinco irmãos. Uma importantíssima competição se aproximava onde um deles deveria representar, pelos seus valores de toda espécie, esta irmandade e o nome da família. Esta prova poderia ser de qualquer tipo, destas que temos nas grandes fábulas, como matar um leão, um touro,um dragão, ou ir para a guerra. Questões de honra do clã. Poderia ao final até casar com a mais bela dama da aldeia. Logo somente um seria o eleito.
Certamente optou-se por escolher aquele de maior estatura, mais inteligente, mais correto em qualidades e princípios. Mas como conter, entre aqueles jovens, a vaidade individual na competição entre eles próprios?
Primeiro pela união. Os irmãos agruparam-se sob o respeito do mais velho, tornando-se fortes.
Segundo, aceitando a escolha pelos requisitos da empreitada, com o reconhecimento, através da veneração das qualidades do eleito.
Então, sob a tutela do mais velho, a humildade do caçula e a contenção do espírito competitivo dos segundo e quarto, o terceiro dos irmãos sobressaiu-se ante aos desafios e perante a dama mais bela da aldeia.

-Aqui tendes vós o símbolo que me pediram de fraternidade e altruísmo ante as competições da vida.

Fechando a mão cerrada, representando a força da união, extendendo o dedo médio, o de maior valor e contendo com o polegar as falanges do indicador e do anelar, juntos com o mínimo admiraram o eleito. Neste momento os discípulos curvaram-se ante seu maestro.
***
Este sinal passou a ser usado primeiramente entre os discípulos, depois espalhou por todo o reino. Sempre que se viam pelas estradas e esquinas das vilas, saudavam-se.O gesto passou a significar, entre as palavras:
- Você é o meu melhor e maior irmão! Representa-nos!