Grisácea

É tarde.

O sol deixa-se ver no piscar de luzes nas varandas.

Pouco a pouco,

Pouco a pouco, a energia acumulada se esvai.

É tarde para tudo.

O sonho, a voz e as maos já nao estao.

Desapareceram e naose sabe bem como,

Ninguem o sabe,

Só fez-se tarde de repente,

De mansinho, foi se aproximando até adonar-se do ventanal.

O horizonte é entao essa noite,

Esse cambio de pagina,

Essa nova pintura grisácea,

Meio morta, meio viva,

A beira da estrada,

Na estrada sem beiras,

Sem inspiracoes.