O pianador.
Como se já existisse, existia um pianador. Um dos primeiros a existir, um dos últimos a ser o primeiro. O que fazia? Criava verbos, verbalizando seguia.
Não havia substantivo que não virasse verbo, pois em sua mente, apenas o feito de atribuir a algo uma ação já lhe fazia sentido! Que coisa: que insistência em movimentar o parado, em colorir o preto e branco, em musicalizar palavras e pensamentos tão amusicais. Não tinha nada para o pianador que não fosse musical ou parado demais para não virar verbo.
Sim, sim... haviam críticas. Num mundo tão tecnológico e crítico como o de hoje, nada mais bem-vindo que opiniões, achismos, crenças alheias. Mas até isso o pianador transformava em verbo. Pianava por aí, descobrindo inspirações, amores, sons e modos de tocar, improvisar livremente... Improvisação! Nunca tentara, por mais que improvisasse sim por aí, só não atribuía este nome...
Agora, com os improvisos em "mões" e a música na mente, nada para o pianador. (Que está a um passo de prestar provas para faculdades de música, esperando que logo dê certo e ele possa pianar por São Paulo também.)
Mas isso vocês irão saber. Digitando o pianador está! Ou pianadora...
Abraços, Aimê, 10/11/2024