A virgem da tela

Nossa que confusão! Se via naquele pequeno espaço, tragédia em curto tempo, rápida para adiantar as tarefas de angustiar-nos com suas farsas. Mas como pode? Alguém querer-me mal? O mal querer-me bem? Ei de ouvir as histórias do meu povo, ei de crescer para orgulhar meus ancestrais mortos e a maioria mouros. Infelicidade viver como indigente, ligar-se nos duzentos e ir, rápido! Rápido! Venha até mim, filho meu que está perdido, bêbado, desiludido, apátrida. Já não sonho mais também, sou como tu, desprezível e amargo, somente e unicamente tolerado pelas pessoas de bem. Desejo e quero ver-me. Enxergar-me-ei, será? Aonde estão meus irmãos? Sinto dores em minhas costas. Vejo sangue e facas atropelados em mim, mas lembro-me do que me disseram: palavras doem mais do que qualquer arma. Não sonhe mais, pobre e desgraçada alma.

Ágatha Ternurie
Enviado por Ágatha Ternurie em 02/11/2024
Reeditado em 02/11/2024
Código do texto: T8188092
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