Filosofia do triste

O triste caminha só, sem pressa,

O mundo lhe pesa nos ombros,

E o silêncio é sua única conversa.

Sabe que as perguntas são ecos profundos,

Respostas? Apenas sopros ao vento,

Em meio ao vazio de quem busca sem encontrar.

A filosofia do triste é o nada,

Mas não o nada da paz,

É o nada do abismo que cresce,

Da ausência que apertar o peito.

É questionar o sentido de existir,

Enquanto o coração já cansado só quer desistir.

Ele lê o poema e não o sente,

As palavras já não tocam sua alma,

São sombras, sombras distantes.

Os olhos deslizam por cada verso,

Mas o entendimento se afoga,

No oceano profundo da mente perdida.

Mas, mesmo assim, o triste escreve.

Escreve porque, de alguma forma,

Ainda que sem esperança,

Ainda que sem consolo,

Escrever é tudo que resta.

E o silêncio, ao menos, o sabe ouvir.