Filosofando o existir
A danação do sol; a flatulência dos ventos; os arroubos das aves canoras; o reme-reme da vida..., e o dia na sua lânguida e dolente transcorrência, tecendo o viver com os muitos e muitos fios: desenhos lógicos, mas impalpáveis.
É tal como sendo a renda de bilros, essa trama desvairada e cheia de nós que ponto a ponto se desdobra em algo, que as vezes nem se sabe bem o que é: uma benção ou uma maldição desenfreada.
A essência do existir, exala-se em fragrâncias e quando espargidas não mais se tem controle: algo que vai andando devagar; nem bem, nem mal; assim-assim, vai andando como de costume; como sempre, não melhora, nem piora; não acelera, nem empaca – a não ser quando tudo se finda!
E o dia aguardando a visitação do seu crepúsculo, que não será o tempo do seu fenecer eternal. É o finar-se temporário; mal se dá por uma notória noite que será um lapso onde se esconde o sol e vem a lua: grande e gorda ou pequena tanto quanto um fiapo de luz..., tanto faz.
E o existir persiste!!, pertinente a uma manifesta explosão de vida em tramas bem tecidas. E essas vidas não são uma “mistureba ou mistifório”. São fios que em determinados momentos se entrelaçam: mas não se embaralham.
Mais um dia nasce..., entupido de sol; mais um dia morre..., com o sol se acaçapando no horizonte e a vida em existir manante – com sua vívida fluidez – encalça o tempo nesse ácido passar: buscamos a deslocalização de nossas essências, nessa conflitante confluência. E apenas temos a probabilidade de ser o que somos nesse exato existir.
Martiriza-se em sopros sutis, quem não se interliga à normalidade; quem não enxerga sua própria existência, como sendo essência divina; quem de forma não normal ou com falso normal não se adequa ao seu fadário!
O existir tem o pseudo condão de mascarar a natureza fundamental da realidade: amálgama a verdade entre a necessidade e a possibilidade.
Então, não plante espinhos esperando colher rosas!