Confissões de um pai poeta ( a sonoridade rasgou a gramática )

Obrigado meu filho

por suportar este amor imenso

que eu tenho por você

e que me foge do controle

e por ser tanto,

a sua luz me cega

e me confundo com você.

Obrigado meu filho

por suportar este amor louco

que ao te querer tão bem

às vezes te faço mal;

e querendo te fazer um rei

corro o perigo de te fazer

um mendigo de si mesmo.

Te amo além da conta

ao ponto de querer ser seu herdeiro

(e não você de mim)

e tudo o que é seu

quero para mim também:

sua dor, sua alegria, sua saudade,

até mesmo sua alma.

Mas não me deixe te afogar

no mar do meu amor desmedido

nem de transformá-lo

em uma sombra de mim mesmo;

nem que para isso

precise de brigar comigo

e até se afastar de mim.

E se possível for

me faça esse favor:

não me trate como um pai

mas somente como um bom amigo.

Edeilton
Enviado por Edeilton em 01/04/2024
Código do texto: T8032858
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