Camisa aberta no pescoço, fez uma pausa e escorou-se na parede. Parecia cansado, sob um sentimento só seu. O semblante parecia  empurrado na face que mantinha o olhar ausente. Ponderou o silêncio arfando feito um fantasma.

     Com o passo de poeta no destino das batalhas entre palavras, promoveu-se valente com vento sussurrante içando a respiração. Suas células fluiam em sílabas sob o ranger cortante do relógio. Lembrei-me do navio que veleja sobre um mar infinito de marés passadas e repletas de águas-vivas, ácidas medusas marinheiras.

     Após uma estranha e triste parada à beira de um mundo inchado das incontáveis identidades separadas,  aprendizes do tempo em condições desiguais, parecia imperturbável e rumo ao mais distante ou no interior de si.

     A vida diária tem os seus próprios capítulos, histórias, mas eu não sou fã das ruas movimentadas. Me retiro para cismar com o mundo, desatenta para os rebanhos, perita em intervalos.

     

 

Silêncio Etc e Tal
Enviado por Silêncio Etc e Tal em 13/03/2024
Código do texto: T8019214
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