Colar de Spinas

MÁ INFLUÊNCIA

 

Notórias são silhuetas

espelhadas ao fundo;

paz, parece ausente.

 

Noutro plano, uma face oculta,

franzida na testa, ruga amarela,

parece feliz com ato divergente.

Corações se entrelaçam na dor,

tentam superar o mal aparente.

 

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CONIVÊNCIA

 

Fogueira na mata,

folguedo de inertes

olhares - nada fazem.

 

Face oculta, tipo sisuda, de

quem tudo teria de preservar;

não cuidam - só se satisfazem.

Ilusionistas, com as suas cartolas,

só riem, enquanto outros jazem.

 

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GRITO DO SILÊNCIO

 

Gritantes cores em

meio ao silêncio

revelam a ideia.

 

Nem tudo são flores, há

espinhos, há dores. Em cada

traço um despertar da apneia.

Nas inspirações do artista, um

grito: Acorde! Hora da estreia!

 

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PINCELADAS

 

Pintando o sete

nas cores laranja,

também a amarela.

 

Vívido colorido em ação (em

movimento), cor sobre cor, tons

sobre tons - imagem muito bela.

Giros, voos com certa conexão,

emoção tem presença na tela.

 

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OLHAR PERSCRUTADOR

 

Distante olhar a

perscrutar o segredo

da visão avassaladora:

 

Com pincéis às mãos dão

vivência à emoção, dão traces

à dor da adversidade agressora;

realçam o desconsolo diante da

falta de ação: inércia poluidora.

 

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Spina, estilo poético criado por Ronnaldo de Andrade.

 

[Imagem: Poeta Lázaro Nascimento].