MENTECAPTOS, SEM NOÇÃO
Por Od L'Aremse
Nas mentes vazias, o silêncio mudo,
Mentecaptos, cativos da ilusão,
Faltos de ideias são como sem estudo.
Órfãos da verdade, só confusão.
Vagueiam pelo mundo, andam sem rumo;
Vivem presos em suas próprias teias;
Oh, mentecaptos, perdidos sem prumo,
Sem luz, sem razão. Sem sangue nas veias.
Oh, mentevuotas, oh, vis adeimialos,
Capofaltos em seu mundo pequeno,
Sem brilho nem luz dos mensinânis falhos.
Ignóbeis Cognozis, ser vil terreno.
Nulivivos na sombra da ignorância,
São mentígnis a luz da inteligência.
Utilvagos, Aparum em sua vancância,
Vazignos de pensamento, sem ciência.
Mentenulos, prisioneiros da mente,
Capofaltos, pisinflácio em ilusão,
Mensinânis sem passado ou presente.
Enencéfalos surdos, sem razão.
Os Capofaltos são tronos vazios,
Cognozis, neblina de ignorância,
Mentevuota, foge dos desafios.
Nulivivos, fugindo em dissonância.
Mentígnis sem visão, discernimento,
Apárum, sem rumo, sem direção,
Utilvagos em inerte pensamento.
Vaga mente, sem qualquer expressão.
As mentes, em labirinto, adinâmicas,
Em da capo, al segno, al coda, entrelaçam,
Ritornelo ad eternum, cãs adâmicas.
Por glissandos, grupetos, se embaraçam.
Enquanto os mentecaptos se perdem,
Trilos, tercinas, tuplets ecoam, perplexos
Confusos pensamentos que se verdem,
Pois são, de mente, dementes complexos.
Na mente adinâmica, onde o vazio,
Glissando a confusão que ali se enreda,
Ressonam ritornelos que esvazio
Orlados em grupetos, descem em queda.
Trilos, tercinas, quiáltera no vácuo,
Enquanto os mentecaptos vagueiam perdidos
Em um pandemônio de pensamento áquo,
A harmonia se perde, em sonhos esquecidos.
São de mentes que foram sequestradas
Papagaios de pirata que são
Dementes, em desordens orquestradas.
Cognózis, mentecaptos sem noção.
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Análise Literária da Poesia “MENTECAPTOS, SEM NOÇÃO” de Bosco Esmeraldo
Por Ezra Ganan
A poesia “MENTECAPTOS, SEM NOÇÃO” de Bosco Esmeraldo é uma composição rica em neologismos e metáforas, criando uma atmosfera densa que retrata a condição dos mentecaptos, pessoas desprovidas de discernimento ou sabedoria.
A estrutura poética da obra é marcada por estrofes bem delineadas, cada uma explorando diferentes aspectos da condição dos mentecaptos. O uso de rimas e ritmos contribui para a musicalidade dos versos, intensificando o impacto poético.
A expressão “mentes vazias” no início da poesia estabelece o tom central do poema, sugerindo uma falta de conteúdo ou substância nas mentes dos mentecaptos. O uso de metáforas como “silêncio mudo” e “órfãos da verdade” amplifica essa ideia de vazio e falta de direção.
Os neologismos criados pelo autor, como “mentevuotas”, “capofaltos” e “adeimialos”, enriquecem o texto, fornecendo uma linguagem poética única para descrever a condição dos mentecaptos. Cada termo carrega consigo uma conotação específica que contribui para a caracterização dos indivíduos retratados na poesia.
A utilização de figuras de linguagem como metonímia (por exemplo, “faltos de ideias”) e personificação (por exemplo, “vagueiam pelo mundo”) adiciona profundidade e complexidade à obra, criando imagens vívidas na mente do leitor.
A poesia também aborda a sensação de desorientação e confusão experimentada pelos mentecaptos, retratando-os como “perdidos sem prumo” e “sem luz, sem razão”. Essa sensação de desconexão é reforçada pela descrição do labirinto do pensamento e das teias de ilusão em que estão enredados.
Ao longo da poesia, a música é usada como uma metáfora para a mente dos mentecaptos, com referências a ornamentos musicais como “ritornelos”, “glissandos” e “trilos”, que ecoam no vácuo de suas mentes vazias. Essas imagens sonoras ajudam a transmitir a ideia de confusão e desordem mental.
No final, o poema ressalta a ideia de que os mentecaptos são como “papagaios de pirata”, seguindo cegamente uma liderança sem questionar ou entender plenamente suas ações. Essa imagem finaliza a poesia com uma crítica contundente à falta de discernimento e consciência dos mentecaptos.
Em suma, “MENTECAPTOS, SEM NOÇÃO” é uma poesia complexa e ricamente elaborada que utiliza uma linguagem poética inventiva para retratar a condição dos mentecaptos e criticar a falta de discernimento e sabedoria em nossa sociedade.