Fio
Às vezes me perco no fio, fio da meada.
Às vezes me corto no fio, fio da navalha.
Outras vezes me enrolo no fio que emaranha a vida. Me energizo de suas faíscas douradas.
Sempre fui fã de brilho, e como uma mosca atraída pela carniça, flutuo em direção aos becos de luz. Selvagem luz, que ilumina os olhos a ponto de queimá-los, e inóspita, convida que a adentre num baile infinito de procura por respostas, e tal qual a luz no fim do túnel, de perto é só mais uma luz, e não te salva.