Retrato podre feito de restos
Retrato podre feito de restos...
Amarga paisagem de floresta,
corpo seco ao mundo perecer;
corpo devorado por insetos;
com vermes penetrando na testa,
do que resta, para apodrecer.
O natural papel de limpeza,
urubus, – Sua parte devorar,
bactérias, – Forte cheiro, carniça,
separando-se da sua cabeça,
moscas fazem voltas a pousar;
ritmo fétido se sincroniza.
Fostes uma curta ou longa vida
ireconhecivel já sem sangue,
sobre o solo o corpo que secou
e a terra ingere como bebida,
os órgãos todas partes arranque;
onde a prava morte habitou.
Órgãos arrancados, ao composto,
alimento de animais selvagens,
no tempo da decomposição
pela sombra desonrado, exposto.
A realidade manda mensagens,
a natureza em sua transição.
Os parasitas dentro do ouvido;
ali morre toda a sua agonia,
desespero e todo sentimento.
O corpo ao solo sendo sorvido,
a morte toca sua sinfonia
que levaste o ser ao julgamento.
E termina com todo tormento.
*Rima: ABCABC e final C
*Ritmo: 1, 3, 5, 7, 9 ou 2, 4, 6, 9 e final 3, 6, 9