Sangue corre nas cóleras minhas
Sangue corre nas cóleras minhas,
olhos úmidos nímio cansados,
a dor próxima ao fogo me aqueço;
qual ardidas as ruas que caminhas,
carregando dos fardos pesados
e por todas manhãs anoiteço.
Vez melhoras e tantas piorando...
Para trás ficou pilhas de ossos,
nas florestas e montes; matei,
os ouvi seus lamentos gritando
enterrados no fundos dos poços,
para trilhas abrir derrubei.
Mais andar por afora se some
por assim se arrastar no caminho,
sem saber se perdido aos perigos;
fatigado de cortes com fome,
no gelado planeta sozinho
por passar em lugares restritos.
Ei de solo ser versos escritos.
* Rima ABCABC com final C, 9 sílabas poéticas e ritmo 3-6-9.