Sobre coisas que eu talvez nunca poste...

Sobre coisas que talvez eu nunca poste....

Não aprendi dizer adeus, bem, Leandro e Leonardo estavam certos. Mais do que uma música que me lembra um tempo de criança na casa da vovó, eu realmente não aprendi dizer adeus. Quantas vezes me vi nesse mesmo lugar, quantas vezes foram e eu fiquei, quis sentir raiva mas no fim apenas não há nada pra se sentir, apenas deixar ir. Como a vida nos mostra coisas simples de uma lente amplificadora, poderosas como um sentimento tão bom. Um simples abraço se torna o melhor dos carinhos, um simples ajuntamento de pedras com a melhor vista da cidade, se torna uma lembrança tão impressionante, como se fosse um quadro pintado a mão. O que dizer então das praças, ah praças e bancos que contém histórias, risos, olhares tímidos e muitos “aiais”. Sorvete, pipoca, mãos dadas, mãos dadas que eram um desejo antigo e que um dia se tornaram realidade. Encontros curtos, encontros longos, encontros... Ensaios tímidos sobre uma dança que seria na chuva, com um sorriso incrível, aliás, uma pessoa incrível. Quantos momentos, quantas lembranças que as câmeras de um celular em suas selfies não podem capturar. Mas de fato essa parece ter sido the last dance (a última dança) não na chuva como esperado, mas em uma praça, aonde tudo começou e aonde tudo pareceu terminar. O que resta agora são os olhares virados, olhares que não se olham mais frente a frente, agora se evitam. Os olhos já não brilham mais e as mãos timidamente se cumprimentam, as vezes dão um tímido “oi” ou “tchau”. Já não se tem mais os cafunés ou o enrolar dos cabelos nas pontas dos dedos. Os “bom dia” com voz de sono são apenas uma lembrança, assim como as notificações tão esperadas, os “podcasts” e os “aiais”. Agora tudo se foi, era bem difícil de acreditar que de fato aconteceu ou poderia acontecer. Sentirei saudades de ser o chefinho, sentirei saudades do perfume e fazer companhia nas madrugadas. Bom, mas esse pequeno texto é sobre coisas que talvez eu nunca vou postar, mas que bom que as vivi. Gostaria que fosse até daqui a pouco, mas acho que é um adeus, e como disse, não aprendi dizer adeus... Mas tenho que aceitar.