EMPÍRICO, LÚDICO, MÍSTICO

Outrora, eu fui muito estésico,

Captava, no ar, sentir ávido,

Brioso, pró bem, sempre impávido.

Equilíbrio sinestésico.

Por vezes, fui metonímico,

Camuflado, meio empírico,

Sem cor, sem vida, não lírico,

Travado ser, nada anímico.

Mas, nem tudo foi vanglória,

Mil derrotas, mais vitórias,

Superei lutas inglórias,

De fé em fé, glória em glória.

Fui moço afoito, instável,

Sem chão, sem lastro, vão, pírico,

Em cinzas, mas sempre onírico.

Em nada, fui invejável.

Hoje, no ocaso, ser mélico,

Em tudo, um olhar poético,

Ser frágil porém, ser ético.

De mortal a ser angélico.

Balanço, faço, analítico,

Zoneio o vale recôndito,

Reprocesso tudo incôndito.

Parto sem dor, sem tom crítico.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 06/09/2023
Reeditado em 06/09/2023
Código do texto: T7879313
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