Havia dormido tenro e contrariado,
Diante da insensibilidade humana,
Porém, acabei sonhando acordado,
Com uma mulher bela, sábia, sana,
Esta veio me visitar na madrugada,
Atraente e usava lingerie vermelho,
Seu corpo seminu sobre o espelho,
Sensualidade feminina conflagrada.
E nesse meu sonho impressionado,
Havia coroas de flores e ikebanas,
Aromas de rosas enfeitar o estrado,
Do berço antigo das minhas manas,
A bandeira anarquista amarelada,
Hasteada entre mancebos centrais,
Pássaros enegrecidos em revoada,
Apareceram revelidos pelos vitrais.
Assim que despertei havia sonhado,
Com mulher nua, flores e pássaros,
Nudez reverbera o candor sagrado,
As flores aromáticas; meu passado,
Bandeira rota; tudo que me prende,
A um passado distante e conflitante,
Os pássaros negros grande vertente,
Voando misteriosamente e elegante.