NO FIM DA JORNADA
Bom-dia, meu poeta!
Que passa contigo?
Algum mal antigo?
Tás como sem meta,
Ó, meu caro amigo,
Cá, nada mais capto,
De todo, sou inapto.
Vou mal, nem te digo.
Cadê aquela garra
Que te identifica,
Que teu jeito indica?
Tás cheio de amarra.
Meu jovem (ai meu Deus!)
Sem força, aqui jazo,
Fino e me desfaço
Em silente adeus.
Que lição cê leva?
Que legado deixa?
Qual é tua queixa?
O que cê releva?
Exemplo, o legado,
Família, a herança,
O amor e a esperança
Que tenho galgado.
Lamento, o não feito,
O bem que não fiz,
Ter feito até quis.
Não deixo o malfeito.
Porém, meu tesouro,
Vou levar comigo,
Pois, Cristo, te digo,
Sim, vale mais que ouro.
Levou meu pecado,
Me deu Seu perdão,
Legou salvação.
Desfez o meu fardo.
E assim, no final,
No dia mais lindo,
Me diz: _ "Sê bem-vindo
ao Lar Eternal!"