DESENCONTRO (Spina)
Olhando o horizonte,
surpreendi o sol
mirando a lua:
Ele surge com o seu
brilho por detrás da mata,
próximo ao final da rua.
Ela nem o percebe, vai-se
dali até esvair-se; não recua.
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Flutua a lua,
como a desfilar
em uma passarela.
O sol, repleto de expectativas,
tenta lhe chamar a atenção;
sonha em viver com ela.
Sonho irreal: projeto dos dois,
principais astros fora da novela.
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Buscando minimizar o
sofrimento, a lua
sai de fininho.
Desejosa do calor do sol,
quão triste a sensação de
viver sob esse vil desalinho:
ter de ficar distante daquele,
pelo qual nutre tanto carinho!
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Chegada a hora,
o sol também
parte a sós.
Ora por detrás de montes,
ora entre galhos das árvores;
pelo rio: margem, cabeceira, foz;
na praia, ante um bando
de aves a voar veloz.
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Spina, estilo poético criado por Ronnaldo de Andrade.