Última morte
Eu a vejo em meu quarto. Atravessou o oceano, está ao meu lado. O ambiente tragado por seu perfume. Demônios sussurrando em meu ouvido e eu finjo não ouvir. Me cobram a promessa, eu vendi a alma por apenas uma dança. Mas era com ela, e tudo valeria a pena.
Você treme e eu com meus espasmos. Você olha profundamente em meus olhos, aposto que enxergou minha dark alma, você tem esse poder. Hoje não temos nada de bom para tomar, precisamos improvisar. Eu exponho minha jugular, é seu prato favorito, eu não me importaria de seus dentes ali aprofundar-se, até a última gota de sangue. Inebriada, novamente você toca o meu rosto e convida à noite sair. Somos apenas jovens e queima em nós aquele desejo. Esperamos o peixe cair na rede...
Ela é fria como o gelo, e seus olhos tão frágeis quanto um iceberg no deserto. Tão sensual, tão mágica. Ela cantarolando a sua canção favorita, numa versão mais clássica, da maneira mais inconspícua possível. Seu sorriso, iridescente, brilhando na escuridão, uma presença onírica. Enquanto eu estava vazia e silenciosa como um túmulo, que com olhos de prisma tudo decompõem. É como as serpentes, que sabem converter em veneno até o néctar das flores.
Conversando com meus espíritos, companhia eterna, solidários já enxugaram muitas lágrimas, sabem reconhecer, não há nada como você. Você consegue ser em tudo diferente. E então, um líquido fluindo em mim. Minhas veias pulsando desejando embriagar-se da vida que pulsa em você, litro a litro. Eu te seguirei do sul ao norte, minha querida princesa noturna, me permita, a sua fascinante companhia até a última morte.