SEM ÓCIO (Spina)

Contavam os carros,

quando esses passavam

na estrada: distração.

 

Para isso, iam de dedo

em dedo; de pé em

pé; de mão em mão.

Riam uns dos outros a

cada erro do mais vacilão.

 

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Compravam as suas

fazendas, à vista:

'folhas de mangueira'.

 

Seus gados eram as frutinhas,

ainda verdes, cujas patas eram

galhos secos achados na eira.

Improvisavam em tudo, só não

ficavam no ócio, sem brincadeira.

 

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Felizes, todos eram;

divertiam-se em todo

tempo, eram unidos.

 

Do mínimo, faziam o máximo

uns pelos outros; os atritos,

por certo, eram bem resolvidos.

Tinham seus códigos, tinham suas

regras; eles eram bem sabidos.

 

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Spina, estilo poético criado por Ronnaldo de Andrade.