Engane-se
ela pintou a unha de verde
e esqueceu o esmalte perolado no carro.
vinha andando pela estrada como se o asfalto fosse rachar,
lá nessa terra distante, não tem sorte,
não tem nem azar.
quanto ao que sabe, melhor nem se perguntar,
não há perdão a ser negociado
e ninguém a lhe sorrir, de graça.
se dependesse de mim, andaria em círculos
em busca da elipse mortal,
correria longe desse leito espelhado
e te mandaria cartas
ou melodias, talvez.
vou cantar essa noite toda
e largar dessa toada exausta.
descanse à sombra das palavras que te embalam
pois não haverá queda alguma a parar teu sonho
verde.
.
engane-se