VIA CRUCIS
(soneto em versos Hendecassílabos)
Cruz-credo! Vade-retro, Exu! Xô tormentos!
Ih, “Parece que joguei pedra na Cruz
E furei a face do meu doce Jesus,
Ou pisei na Tábua dos Dez Mandamentos!”
Minha carga genética é, pois, tão grande,
A ética, a moral e a razão em mim confundem;
Os meus neurônios se debatem, se fundem;
E coração, e carne, e ossos, tudo se expande!
O meu treponema é pálido e viscoso!
Meus gametas não se agrupam no meu ser!
Debalde, conservo meu jeito jocoso!
Caem-me doses cavalares de agouro,
Intuo. É como já me veio o vir-a-ser,
Presumo. Então, porém, choro. E choro, e choro!